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Destinos Tuŕsticos/Especial Mindelo
Museu do Carnaval: onde se podeŕ percorrer a hist́ria da Roteiro dos Italianos: a preseņa da ITALCABLE, empresa
maior festa popular do pás com grupos organizados des- de telecomunicã̧es que operava um cabo submarino
de 1920, e o primeiro andor em 1939, e contar que antes que ligava a Europa ao Brasil e ̀ Argentina, passando por
disso o Entrudo portugûs chegou ao Brasil atrav́s de S. Vicente; os v́rios comerciantes italianos da cidade no
portugueses das ilhas dos A̧ores, Madeira e Cabo Verde.
ińcio do śculo passado; guras como Pietro Bonucci,
co-propriet́rio, juntamente com Jõo Rocheteau Les-
Museu da Literatura Cabo-Verdiana: ligado ao Roteiro dos sa, da primeira central eĺctrica do Mindelo e responś-
Claridosos, devendo incluir uma sinaĺtica das casas vel pela electri cã̧o da cidade, numa concess̃o feita
onde moraram os Claridosos e ainda onde residiram pela Ĉmara Municipal de S̃o Vicente em 1925 a dois
outros intelectuais das ilhas como Joś Lopes, Euǵnio privados (actualmente gritamos contra a privatizã̧o da
Tavares, Lús Loff de Vasconcelos, Aḿlcar Cabral, entre Electra...), e como quando havia apag̃es o povo gritava
muitos outros.
“oh Nĥ Pedrinho, Yolanda ca ta caś”, numa refer̂ncia
̀ sua lha Yolanda, professora de muitas gerã̧es; o
Roteiro da ́gua: mostrando o desenvolvimento da cidade compositor, escritor, poeta e pintor Śrgio Fruzoni, nas-
ligado ̀ hist́ria da procura da ́gua atrav́s dos nomes cido no Mindelo em 1901, lho de pais italianos (o pai
de v́rios bairros – Fonte Ćnego, Fonte Franĉs, Fonte era comerciante de coral), e que comp̂s a morna “Um
Filipe, Fonte In̂s, Fonte Doutor –, passando pela vinda vez Soncente era śbe” (“Temp de caniquinha”) e v́rias
díria de ́gua do Tarrafal de Santo Ant̃o num navio-cis- outras ḿsicas, e que escreveu poemas em crioulo.
terna, e terminando no primeiro dessalinizador do pás,
cujo espa̧o na Matiota deve ser parcialmente preserva- Roteiro dos Noruegueses e dos Americanos: a ligã̧o ̀
do como um Museu da ́gua, integrado na necesśria re- pesca da baleia nos famosos whale boats que vinham
quali cã̧o urbana dessa zona tuŕstica.
para abastecer e recrutar tripulã̧o, enchendo o Porto
Roteiro dos Ingleses: relevando a import̂ncia das empre- Grande, e tendo contribúdo em parte para a emigrã̧o
sas carvoeiras e o seu impacto na criã̧o da cidade, e de cabo-verdianos para a cidade baleeira de New Bedford,
de emprego formal para as gentes que vinham das ilhas, na Nova Inglaterra, e tamb́m para a Noruega e restante
possibilitando a primeira transĩ̧o de uma economia ru- Escandińvia; e como o noruegûs e o ingl̂s eram ĺn-
ral agŕria para uma economia de prestã̧o de servi̧os guas faladas uentemente na báa do Porto Grande; as
internacional, proporcionando a um tempo aos cabo-ver- famosas brigas nocturnas entre robustos marinheiros
dianos o contacto com o mundo; a arquitectura colonial noruegueses e ingleses, em que a poĺcia local preferia
das casas; a introdũ̧o dos desportos em Cabo Verde, ño intervir.
como o futebol, t́nis, cricket, golfe; do ve o’clock tea, da
cultura do Gin & Tonicantes do almo̧o e do scotch, h́bi- Roteiro dos Indianos: com uma forte preseņa no coḿr-
tos que se espalharam para as restantes ilhas.
cio da cidade no ińcio do śculo passado, ao ponto dos
mais antigos ainda chamarem, por h́bito, lojas indianas
Roteiro dos Brasileiros: a ligã̧o ao Brasil e ao samba e ̀s actuais lojas chinesas; a ligã̧o em 1934 ̀ revolta
as in ûncias musicais dos marinheiros brasileiros em do Capit̃o Ambŕsio e ̀ Negra Bandeira da Fome, que
B. Ĺza (introdũ̧o do meio-tom brasileiro na morna), segundo os historiadores foi oferecida aos revoltosos fa-
nos solos de viol̃o de Lús Rendall, nos des les do Car- mintos pelos comerciantes indianos, porque a bandeira
naval, nos sambas compostos por B. Ĺza, Ti Ǵi e outros negra era um śmbolo da fome na ́ndia; os indianos dei-
compositores, fora o como o samba foi adoptado at́ hoje xaram v́rios descendentes na cidade.
como um ǵnero musical nacional.
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