Carlos esclarece constituição como arguido

como arguido em processo de lavagem de capitais e coloca cargo à disposição

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O Ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, esclareceu hoje a notícia publicada na quarta-feira pelo Santiago Magazine sobre a sua constituição como arguido no processo de lavagem de capitais, anunciando que coloca o cargo à disposição.

Numa declaração à imprensa, Carlos Santos começou por explicar que, em 2014, o advogado Amadeu Oliveira, com quem teve uma relação de “amizade e confiança” desde os tempos da universidade, sabendo que tinha uma conta bancária em Portugal, pediu-lhe se poderia receber nesta conta bancária uma quantia de 25 mil euros, ou seja, cerca de 2.700 contos cabo-verdianos, de um cliente a quem ele teria prestado serviços de advocacia.

Continuando, o ministro disse que aceitou o pedido com base na relação de confiança e pelo facto de se tratar de um advogado.

“Disse-lhe que eu poderia devolver o valor aqui em Cabo Verde, e assim fiz, e devolvi o valor através da banca, às contas indicadas pelo doutor Amadeu Oliveira, de pessoas bem identificadas”, afirmou Carlos Santos, que não quis responder nenhuma pergunta aos jornalistas.

“A bem da verdade, também aceitei esse pedido porque mensalmente tinha e tenho a obrigação de pagar uma prestação bancária em Portugal, onde adquiri um apartamento em 2004, onde residia com a minha família”, completou Carlos Santos.

O ministro revelou que na semana passada foi notificado pela Procuradoria, que o confrontou com suspeitas de lavagem de capital em torno dessa operação bancária.

“Até hoje assumi como uma simples transação empréstimo. Ora, respondi à senhora procuradora e fiz chegar cópia dos e-mails trocados com o doutor Amadeu Oliveira, em que, ainda bem, registei os momentos do depósito e das devoluções. Obviamente, estou estupefacto, surpreendido e triste, pois uma mera transação empréstimo, feita com boa fé, é transformada nesta suspeita neste momento.”

O ministro sublinhou que toda essa situação ocorreu entre 2014 e 2016, quatro anos antes de integrar o Governo, tendo reafirmando a sua inocência e acredita que a justiça irá funcionar.

“Relativamente à sua continuação no Governo e perante uma suspeita tão grave, já tinha colocado o cargo à disposição do primeiro-ministro, na semana passada, por duas razões: primeira, para que eu possa defender o meu bom nome e, a segunda, não permitir que o Governo seja manchado”, revelou.