Um grupo de empresários da Boa Vista apresentou hoje, na Procuradoria da ilha, um pedido de impugnação eleição do novo presidente do Conselho de Administração da Sociedade de Desenvolvimento (SDTIBM), alegando “irregularidades e má gestão”.
Em declarações à imprensa, o porta-voz dos empresários, Sérgio Corrá, explicou que a principal motivação para a acção reside na alegada incapacidade da Sociedade de Desenvolvimento Turístico das Ilhas de Boa Vista e Maio, SA em atrair investimentos para as duas ilhas durante quase duas décadas de existência.
“Em 19 anos, esta sociedade não conseguiu trazer um investidor para a nossa ilha da Boa Vista, nem pela ilha do Maio (…) depois de muitas promessas, agora estamos a ver que nem o estatuto da sociedade é respeitado”, afirmou.
Segundo Sérgio Corra a contestação da eleição do novo PCA centra-se na alegada ilegalidade da participação do presidente da câmara Municipal na votação, já que o estatuto da sociedade estabelece que os 35% da participação acionista que pertence ao município de Boa Vista devem ser representados pela presidente da Assembleia Municipal, e não pelo presidente da Câmara.
Perante estas alegações, o grupo de empresários submeteu um pedido de averiguação da situação ao Procurador da República, na Comarca de Boa Vista, e também pretende levar a questão ao conhecimento do ministério da tutela e do Ministério das Finanças, enquanto representante do Estado na sociedade.
“Estamos aqui também para pedir ao ministro das Finanças, Olavo Correia, para ver o que fazer com esta estrutura, porque esta estrutura já totalizou uma dívida monstruosa (…), custa todos os anos 150 milhões de escudos, somente de funcionamento”, afirmou.
Sérgio Corrá ainda usou como exemplo o vencimento do presidente da sociedade, que apesar de ter sido reduzido nos últimos anos, é de 450 mil escudos por mês, quando o vencimento mínimo nacional de uma pessoa qualquer é de 16 mil escudos.
Situação que considera totalmente insustentável, pelo que garantiu que vão mobilizar todas as instituições possíveis, tanto a nível nacional quanto internacional, para resolver este problema que “atrasa o desenvolvimento” da Boa Vista.
Sérgio Corrá alegou ainda que a ilha do Sal, que não tem nenhuma sociedade de desenvolvimento, consegue andar para frente, enquanto Boa Vista está “praticamente parada” e Maio é “totalmente abandonado”.
