O primeiro hospital privado de Cabo Verde vai nascer “à sombra” do empreendimento turístico da Gamboa num investimento previsto de 27 milhões de euros e por iniciativa de um médico português e outro cabo-verdiano a trabalhar em Portugal.
Aníbal Tavares, médico português e consultor em saúde, e Emanuel Figueiredo, médico cabo-verdiano a residir e trabalhar em Portugal, juntaram-se na empresa Figueiredo e Tavares, Consultadoria em Saúde, SA para levar a cabo o projeto daquele que será o primeiro hospital privado de Cabo Verde.
Os promotores, que durante o fim-de-semana passado participaram no Encontro de Empresários para a Cooperação Económica entre a China e os Países de Língua Portuguesa, juntaram-se, através de um protocolo assinado durante o encontro, à empresa chinesa Chinlumac Corporation, Ltd.
“Queremos em conjunto com o parceiro chinês, com quem assinamos o protocolo, candidatar-nos ao Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China – Países de Língua Portuguesa no sentido de desenvolver um grande projeto na área do hospital privado”, disse à agência Lusa Emanuel Figueiredo.
O médico cabo-verdiano adiantou que o projeto do hospital nasceu na sequência do empreendimento turístico do ilhéu de Santa Maria (Djéu), que o empresário macaense David Chow está a construir na cidade da Praia, e terá como objetivo prioritário servir o setor do turismo.
“O projeto nasce na capital como sede, mas queremos dar apoio a todas as ilhas. Os novos investimentos que estão a ser feitos vão aumentar muito o turismo e trazer um afluxo muito grande de empresários”, disse.
Explicou que, neste momento, está a ser negociado com os promotores do Djéu se o hospital, que se deverá chamar “Djéu Gamboa”, ficará inserido dentro do empreendimento turístico ou imediatamente ao lado.
O projeto prevê que o hospital ocupe uma área de mais de 1.500 metros distribuídos por quatro pisos com áreas materno-infantil, fisioterapia e reabilitação, urgências e consultas de medicina geral, cuidados cirúrgicos, cuidados médicos e serviços de apoio.
Prevista está também a existência de uma rede de ambulâncias e um heliporto que permitirá o transporte aéreo de doentes em helicóptero.
Tudo num investimento estimado de 27 milhões de euros, que deverá ser financiado em 50% por capitais alheios à empresa promotora.
Emanuel Figueiredo sublinhou que a aposta será na “alta qualidade” e nas tecnologias mais avançadas em matéria de saúde.
Por seu lado, Aníbal Tavares assinalou que o estudo de viabilidade do projeto aponta para que comece a ter “franca rentabilidade” a partir do quarto ano de exploração e que, ao fim do nono ano, seja possível o retorno do investimento inicial na ordem dos 14 a 20 por cento.
“A sustentabilidade é suportada pelos impactos do desenvolvimento turístico do país e pelas sinergias resultantes no contexto dos grandes projetos previstos para Cabo Verde”, segundo a ficha do projeto.
Os promotores não apontam datas para o início ou conclusão do hospital, adiantando que, por agora, estão a trabalhar para encontrar os financiamentos necessários ao arranque do projeto.