A certificação do queijo tradicional do Planalto Norte, no Porto Novo, produto que tem, desde 2007, a chancela de património mundial do gosto, constitui uma das principais aspirações dos produtores dessa localidade do interior deste concelho santantonense.
Os produtores do queijo do Planalto Norte, que têm contado com o apoio da Cooperação Italiana na melhoria da produção, desejam trabalhar ainda com o Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) e com a Autoridade Reguladora dos Produtos Farmacêuticos e Alimentares (ARFA), com vista à obtenção de certificado de qualidade deste produto.
Apesar de dificuldades de transportes, os produtores tentam colocar o queijo nos mercados turísticos emergentes do Sal e Boa Vista, além de Santiago, consideram que a certificação seria “uma mais-valia” para este produto, numa altura em que se pensa na sua exportação, sobretudo para Itália, onde já goza de “boa aceitação”, avançou o produtor Irineu da Luz.
Por isso, é desejo dos criadores que o queijo tradicional do Planalto Norte tenha a sua própria marca, segundo este produtor, que lembrou que o queijo que se produz, artesanalmente, nessa zona já marcou, por duas vezes, presença na feira internacional do gosto em Turim, Itália.
Um certame promovido pela Fundação Slow Food, organização com sede em Itália, que em 2007 atribuiu ao queijo tradicional do Planalto Norte a chancela do património mundial do gosto.
Os criadores de gado do Planalto Norte, onde existe um efectivo pecuário à volta de sete mil cabras, que garante sustento a mais de 60 famílias, têm aproveitado a presença do queijo local nesse certame para promover o produto, além-fronteira, com intuito de chegar, num futuro próximo, a mercados internacionais.
Também, no Planalto Norte já se produz o queijo curado, que tem vindo a ser comercializado em algumas ilhas do país.
O próprio MAA diz pretender trabalhar com os criadores de gado do Porto Novo na dinamização da produção do queijo neste concelho, muito conhecido pelo “famoso” queijo que produz.
De entre as acções previstas pelo MAA, se destacam o incremento do centro pecuário de Lajedos, interior do Porto Novo, construído nos anos 90, mas que está, actualmente, “abandonado”.
Saliente-se ainda que os criadores de gado no Porto Novo vão ser contemplados, ainda em 2017, com um projecto visando a melhoria da produção do queijo e derivados, já financiado através do Programa de Luta contra a Pobreza.
O projecto consiste, essencialmente, no reforço da capacidade dos criadores sobretudo das zonas Sul e Norte do Porto Novo, com vista à melhoria da qualidade do queijo e seus derivados.