O governo de Cabo Verde pretende reabilitar no próximo ano algumas igrejas mais antigas do país, com o intuito de promover o turismo religioso.
Segundo o ministro cabo-verdiano da Cultura, Abraão Vicente, o país tem património religioso identificado “muito importante” e grande parte do desafio da preservação do património cultural tem a ver com o património religioso edificado.
Neste sentido, informou que o ministério tem um plano de intervenção de fundo para a preservação das igrejas, como Nossa Senhora do Rosário e o Convento de São Francisco, na “Cidade Velha”.
“Só assim poderemos falar de um turismo religioso, criando tudo aquilo que é roteiro para que as pessoas possam entender de fundo a história, porque neste momento, temos só as edificações e não temos histórias”, disse.
A mais antiga igreja colonial do mundo, construída em 1495, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário é um importante testemunho do estilo manuelino. Nesta igreja pregou o Padre António Vieira, em 1652, de passagem para o Brasil, vindo de Portugal. Na altura, o que mais surpreendeu ao grande orador português foi o facto de ter encontrado clérigos e cónegos dotados de uma sabedoria, que segundo ele próprio, faziam inveja aos melhores do Reino.
Já o Convento de São Francisco, foi edificado em meados do século XVII, tendo constituído um local de culto e formação. Tal como a Sé Catedral, foi atacado e parcialmente destruído no ataque pirata de 1712.
É um dos mais belos edifícios da Ribeira Grande e de Cabo Verde. Situado no alto de uma ladeira, na zona setentrional do município, o Convento de São Francisco foi, durante muito tempo, um local de recolhimento para os frades capuchos.