Projecto sobre a valorização do café “parado” para a preocupação dos produtores

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O projecto sobre a valorização do café de Santo Antão, que está a ser implementado, desde 2013, encontra-se, actualmente, paralisado, situação que deixa preocupados os produtores, que esperavam, ainda em 2017, iniciar o processamento do produto.

A implementação do projecto, que, além da recuperação das 63 explorações do café existentes em Santo Antão, prevê ainda a montagem de uma unidade de recepção, debulha e ensacamento do produto, estava a cargo da ADEI (Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação), que, entretanto, foi extinta pelo actual Governo.

Com a extinção da ADEI, o projecto ficou suspenso, mas vai ser retomado, conforme assegurou à Inforpress um técnico ligado a essa projecto, que se escusou, porém, a avançar com uma data para o efeito.

“O projecto, neste momento, está parado. Extinguiu-se a ADEI e criou-se a ProEmpresa que vai implementar o projecto, mas que ainda não tem directrizes sobre o mesmo”, sublinhou a fonte, assegurando que a nova empresa vai “dar continuidade” ao projecto.

“Com certeza, o projecto é para dar continuidade”, avançou, tranquilizando os produtores do café, que aguardam com “alguma expectativa” a implementação desse projecto, que tem ainda como parceiros o Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) e a Comissão Regional de Parceiros de Santo Antão (CRP-SA).

Os produtores do café em Santo Antão esperavam iniciar, ainda este ano, o processamento e certificação do produto, com vista à sua exportação para os mercados nacional e internacional.

Os produtores, que apostam na competitividade do produto, acreditavam que 2017 seria o ano do relançamento do sector cafeeiro de Santo Antão, de enorme potencial nesta ilha.

O projecto sobre a valorização do café de Santo Antão aposta ainda na organização e formação dos produtores para uma gestão sustentável dos cafezais.

Santo Antão possui 63 explorações do café nos concelhos da Ribeira Grande e Paul, segundo um censo realizado no quadro do projecto, um está a ser implemento, há quatro anos (2013), com o financiamento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), através do programa “TCP Facility”.

O café de Santo Antão, produzido, até agora, de forma tradicional (torrado e moído em pilão), é já comercializado no mercado nacional através da cooperativa PARES (produtores associados em rede de economia solidária), sediada no Porto Novo, que comercializa outros produtos genuínos desta ilha (queijo, grogue e outros).

Os produtores querem, porém, levar o produto além fronteira, sobretudo à diáspora cabo-verdiana.

A valoração dos cafezais de Santo Antão enquadra-se num projecto maior de reabilitação e valorização da fileira do café de Cabo Verde, que abarca ainda as ilhas de Santiago, Fogo, São Nicolau e Brava.

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