TACV recebe aval do Governo para contrair empréstimo

Os transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV)

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receberam o aval do Governo para contrair um empréstimo no valor de 1.488.577.500 escudos (13,5 milhões de euros) para o cumprimento do seu plano de reestruturação em curso.

De acordo com a resolução nº 111/2017 publicado no Boletim Oficial (BO), o Governo estabeleceu como um dos principais objectivos a viabilização de Cabo Verde como plataforma de distribuição de tráfego aéreo de carga e de passageiros, garantindo a ligação entre as ilhas e a ligação do país à diáspora.

“Para tal e em cumprimento com o plano de restruturação em curso, tendo em conta a sua situação económica financeira desfavorável que a empresa apresenta, a mesma precisa recorrer a um co-financiamento bancário junto do Banco Privado Internacional (BPI), do Banco de Negócios Internacional (BNI) e do Banco de Negócios Internacional (BNI-Europa) no valor de 13,5 milhões de euros”, lê-se no documento.

O Estado de Cabo Verde, enquanto accionista único, deu o aval para garantir o referido financiamento, justificando que estão reunidas as condições exigíveis para a concepção do mesmo, estabelecendo um prazo de 24 meses ao mesmo aval, com a possibilidade de prorrogação de 24 meses adicionais, em caso de necessidade, mediante autorização.

Em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrático (UCID-oposição), António Monteiro, mostrou-se contra o aval do Governo, justificando que a dívida pública do país, que já ultrapassou os 138%, não permite que haja mais espaço para Cabo Verde contrair mais empréstimos financeiros.

“Somos contra, porque o aval de 13.500 euros é para ajudar na gestão da empresa e o Governo do Movimento para a Democracia (MpD), durante a campanha disse no Parlamento que o Governo não ia meter mais um único tostão nos TACV por considerar o mesmo como um perigo para a estabilidade financeira do país e, volta e meia, assistimos que deu mais um aval aos TACV”, afirmou.

Para António Monteiro, o Governo devia saber que a dívida pública do país está “extremamente elevada” e que o compromisso devia ser de “travar” essa dívida e resolver com uma gestão criteriosa a problemática dos TACV, reiterando que esta dívida da companhia que está sendo “mal gerida”, “não vai trazer mais valia para Cabo Verde”.

Por sua vez, o secretário-geral do MpD, Miguel Monteiro, considerou que para a empresa “entrar nos eixos”, tem de continuar a contrair empréstimo, já que é preciso compreender que a situação que foi deixada nos TACV pelo anterior Governo é “muito frágil e muito débil”.

“Naturalmente que para a empresa começar a entrar nos eixos tem de continuar a subsistir, nomeadamente através destes empréstimos que certamente serão pagos pelos TACV no futuro, porque os objectivos que temos é de ter uma empresa efectivamente pujante e forte no futuro”, frisou, sublinhando que os problemas da companhia não se resolvem de um dia para o outro, mas mostra-se confiante quanto ao futuro.

Segundo ele, o objectivo é ter em 2021, os TACV com 11 boeings para servir Cabo Verde, e que o transporte para a Europa, para a África e para a América conta com esses aviões dos TACV, mas que até lá é preciso resolver esta situação.

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