Empresas portuguesas deveriam usar Cabo Verde como acesso à CEDEAO

O Presidente da República de Cabo Verde

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exortou hoje as empresas portuguesas a utilizarem Cabo Verde como uma plataforma para aceder a um mercado de 350 milhões de consumidores que é a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental.

“Estamos aqui para vos dizer que Cabo Verde não é apenas o pequeno país que alberga pouco mais de meio milhão de pessoas. É também um país inserido num espaço económico da CEDEAO, é um país que tem uma parceria especial com a União Europeia, com uma moeda estável que tem paridade fixa com o euro”, declarou Jorge Carlos Fonseca no encerramento do certame Portugal Exportador, que decorre em Lisboa.

O Presidente cabo-verdiano, que se encontra em Portugal para uma visita de Estado, recordou que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) é “um grande espaço económico” que integra países como a Nigéria, a Costa do Marfim e o Senegal.

“A CEDEAO alberga cerca de 350 milhões de pessoas. As empresas portuguesas podem internacionalizar-se também para o mercado da CEDEAO a partir de Cabo Verde, beneficiando assim do acesso preferencial que esse mercado oferece”, disse o chefe de Estado cabo-verdiano.

Essa oportunidade é já “uma realidade”, sublinhou Jorge Carlos Fonseca.

“Empresas de cidadãos portugueses têm participado e vencido concursos em alguns países da CEDEAO a partir de Cabo Verde”, disse.

O Presidente de Cabo Verde enumerou ainda as vantagens de ter o país africano como parceiro privilegiado.

“Além destes acordos que permitem acesso preferencial a mercados, Cabo Verde pode oferecer estabilidade política, ancorada numa boa governação. Tem sido considerada a 3.ª melhor [governação] em África segundo o Mo Ibrahim Fund e é um país de primeira categoria da Freedom House”, disse.

“Cabo Verde é também considerada a 27.ª democracia do Mundo e tem um muito baixo nível de corrupção”, salientou Jorge Carlos Fonseca, destacando ainda a “estabilidade social”.

O chefe de Estado cabo-verdiano realçou que o seu país é o terceiro em África ao nível do desenvolvimento humano, com uma taxa de literacia entre a população jovem de 95%, é o primeiro país entre a CEDEAO quanto à liberdade económica e o terceiro em África, segundo a Economic Freedom Índex Heritage Foundation.

“É o quarto em África no acesso à Internet e oferece igualmente importantes benefícios fiscais”, disse Jorge Carlos Fonseca.

Os auto-elogios levaram mesmo o Presidente de Cabo Verde a um aparte para um dos ministros cabo-verdianos sentado na plateia do Centro de Congressos da FIL, em Lisboa: “Até pareço um propagandista do governo, não é Sr. Ministro?”.

Sobre os setores nos quais Cabo Verde poderia dar vantagens ao investimento de empresários portugueses contam-se “o Turismo, o setor marítimo, as energias renováveis, a indústria e o agronegócio”, enumerou Jorge Carlos Fonseca.

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