de Associações de Pessoas com Deficiência (FECAD) realiza, nesta terça-feira, 12, na Cidade da Praia, o 1º Encontro para levantamento das precisões específicas para pessoas com necessidades especiais no que tange ao turismo.
Em declarações à Inforpress, o vice-presidente da FECAD, António Melo, explicou que se trata de um encontro que irá reunir, na capital do país, cerca de 20 pessoas com deficiência, oriundas das ilhas da Boa Vista, Maio, Fogo, Brava e Santiago, para debater a questão de acessibilidade no sector turístico para as pessoas com deficiência.
“Iremos fazer um pequeno atelier relacionado com os direitos das pessoas com deficiência, para se fazer um levantamento das necessidades nessa matéria, nas diferentes ilhas do país, para além de reunirmos com autoridades competentes do sector visando um património cultural mais acessível”, disse.
António Melo, que lembrou que as pessoas com deficiência querem, também, participar no desenvolvimento do país, afirmou ainda que a intenção é ter um ambiente mais “operativo” para com as pessoas com deficiência, quer nacional ou provenientes do estrangeiros que chegam ao país para fazer turismo.
Antes do encontro, disse, a equipa que está à frente do projecto “Acesso à Cultura em Cabo Verde e Desenvolvimento Turístico e de Representação das Pessoas com Deficiência” (ACCEDERE) mantive contacto com pessoas do sector que se mostraram engajados no processo.
“É muito constrangedor, constatar que neste país não existem hotéis em condições de receber pessoas com deficiência para hospedar. Com melhores condições temos a Escola de Hotelaria e Turismo. A mesma coisa, podemos dizer dos restaurantes, bem como das casas de banho públicas ou de estruturas de truísmo”, explicou.
Em Fevereiro, completam sete anos em que foi aprovado o decreto-lei nº 20 de 2011, que fala de normas técnicas e de acessibilidade. A FECAD, por isso, segundo o vice-presidente, pretende actuar junto da fiscalização para que as normas sejam postas em prática.
O responsável sublinhou que, neste âmbito, os promotores do projecto e da organização do encontro vão realizar um tour pedagógico, a nível da cidade, para constatar se instituições públicas ou privadas estão a aderir à norma de acessibilidade, fazer um diagnóstico da situação e recomendar acções.
O projecto “Acesso à Cultura em Cabo Verde e Desenvolvimento Turístico e de Representação das Pessoas com Deficiência” (ACCEDERE) tem uma duração de três anos e visa trabalhar com autoridades e agentes turístico para melhorar a condições de acessibilidade para turismo às pessoas com deficiência.
O encontro da Praia vai ser orientado por duas peritas portuguesas, Tatiana Alves e Filipa Seiceira, técnicas do Instituto para a Governação, Política e Administração Publica (IGOP).
O grupo vai analisar e inventariar as necessidades de acessibilidade e prestação de serviços às pessoas com necessidades especiais de Cabo Verde em espaços turísticos e de lazer.
A mesma actividade será efectuada no dia 14 de Dezembro, quinta-feira, na cidade do Mindelo e dirigido às pessoas com deficiência das ilhas de S. Vicente, Santo Antão, Sal e S. Nicolau.
O projecto ACCEDERE, elaborado em parceria com IGOP e
Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), é financiado pela União Europeia em 90%, no valor de 354.380,87 Euros, e foi seleccionado em 2016.
A FECAD, dirigida interinamente pelo seu Vice-Presidente, António Pedro Melo, representa em Cabo Verde 10 associações de pessoas com diversas necessidades especiais.