Turismo caiu no Natal mas operadores acreditam numa retoma

A actividade turística em Santo Antão,

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sobretudo no Tarrafal de Monte Trigo, um dos principais destinos turísticos desta ilha, conheceu um declínio durante a quadra natalícia, mas os operadores acreditam numa retoma já a partir das festas de “reveillon”.

“O turismo esteve, de facto, fraco durante o Natal, mas, em relação a Tarrafal de Monte Trigo, as coisas vão melhorar muito agora no fim do ano, devendo a taxa de ocupação chegar perto dos 100%”, avançou o operador turístico João Crisóstomo.

Este operador turístico, que voltou a destacar a necessidade de “uma estrada condigna” para Tarrafal de Monte Trigo, infra-estrutura, para ele, crucial para o turismo local, fez um balanço dos três meses da época alta em Santo Antão, considerando que a presença dos turistas nesta ilha tem sido “normal”.

“De uma forma geral, a presença dos turistas em Santo Antão nesta época alta tem sido normal, estando a taxa de ocupação à volta  dos 70%”, estimou este operador, admitindo que as dificuldades de acesso que ainda se verifica em Santo Antão, designadamente para Tarrafal de Monte Trigo, condicionam ainda bastante o turismo, nesta ilha.

O Governo já anunciou, para o primeiro trimestre de 2018, o arranque das obras de construção da segunda fase da estrada para Tarrafal de Monte Trigo, projecto com financiamento assegurado através do Banco Mundial, à volta dos 400 mil contos.

“Vamos, brevemente, arrancar com a estrada. O concurso já foi lançado e, dentro de três meses, no máximo, as obras vão começar”, garantira, em Novembro, a ministra das Infra-estruturas, Ordenamento do Território e Habitação, Eunice Silva, durante uma visita a Santo Antão.

Nos últimos meses, tem sido constante a presença de turistas em Santo Antão, provenientes sobretudo do Norte da Europa, à procura do chamado turismo de trekking (caminhadas em trilhos à procura do contacto com a natureza).

O grosso de visitantes chega a Santo Antão entre Outubro e Maio, período em que decorre a chamada época alta do turismo nesta ilha que, em 2016, recebeu cerca de 20 mil turistas.

Um estudo sobre o turismo rural em Santo Antão, apresentado, em Novembro, pela cooperação luxemburguesa, confirma que, efectivamente, a procura turística está a crescer nesta ilha, embora a oferta continue “desorganizada e despreparada”.

O trekking é, para já, o principal produto turístico de Santo Antão, mas o estudo recomenda o incremento de outras componentes desta oferta, como a gastronomia, a observação de espécies, a escalada e o canyoning.

Santo Antão, que tem a França como principal mercado emissor, enfrenta ainda vários constrangimentos que dificulta o desenvolvimento do turismo, desde logo a questão da acessibilidade, mais precisamente as dificuldades nos transportes aéreos e marítimos, que condiciona a chegada de turistas à ilha.

Os guias turísticos têm vindo a se mostrar “preocupados” com o mau estado da grande parte da rede de caminhos vicinais, que constitui o itinerário turístico nesta ilha, alertando o facto de muitos trilhos estarem “abandonados” pelas câmaras municipais da ilha.

Para os operadores, Santo Antão, com a sua cultura, beleza, hospitalidade e gastronomia, tem todas as condições para dar “um grande salto” a nível do turismo, sendo crucial a construção do aeroporto e a melhoria dos percursos.

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