Certificação e reforço da fiscalização do grogue para 2018

O reforço da fiscalização,

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a instalação do laboratório de controle da qualidade e certificação da aguardente e a criação de uma representação da IGAE são as principais aspirações dos produtores do grogue em Santo Antão, neste ano de 2018.

Neste ano, que ora se inicia, os produtores do grogue desejam que o Governo cumpra aquilo que prometeu, ou seja, o reforço da fiscalização para a salvaguarda da qualidade da aguardente tradicional produzida em Sano Antão, há mais de 300 anos, e com “um peso grande” na economia desta ilha.

Além da instalação do laboratório de controle de qualidade e de certificação do grogue, projecto já anunciado, para este ano, pela Associação dos Municípios de Santo Antão (AMSA), os produtores anseiam ainda pela criação de uma delegação da Inspecção-geral da Actividade Económica (IGAE), aguardada já há alguns anos.

Enquanto isso, os produtores no Porto Novo, apesar do Governo ter aberto, em Dezembro, um período “excepcional e transitória” para o fabrico da aguardente, só agora em Janeiro vão intensificar a safra de canada de açúcar, neste concelho.

Os produtores porto-novenses prometem “boa safra” para 2018 e desejam que este seja um “ano de efectiva fiscalização” para a defesa da qualidade do grogue.

Em Dezembro, o Conselho de Ministros procedeu à criação de “um regime excepcional e transitório” do regime jurídico de produção de aguardente de cana-de-açúcar em Cabo Verde, devido ao mau ano agrícola, mas, segundo alguns produtores, nessa altura não estavam criadas todas as condições para o arranque da colheita da cana sacarina, pelo que só agora em Janeiro vão reforçar a safra.

Muitos produtores, que se mostraram, na ocasião, “surpreendidos” com a decisão do Governo, consideram que essa medida só veio beneficiar os “supostos” produtores que “não estão interessados na produção do grogue genuíno”, esperando que o Governo cumpra o prometido de reforçar a fiscalização.

“Essa decisão acabou por beneficiar apenas aqueles que não estão interessados na produção do bom grogue, já que as condições, sobretudo do ponto de vista de fiscalização, não estavam ainda criadas para o inicio safra”, avançou o produtor Paulo Rocha.

A nova lei do grogue, em vigor desde Agosto de 2015, exige que os alambiques sejam selados entre os meses de Agosto e Dezembro, período em que regista-se a escassez da cana de açúcar em Cabo Verde.

O Governo, este ano, propôs que se começasse o fabrico do grogue em Cabo Verde a partir de Dezembro para evitar a perda da cana, por causa da seca.

Saliente-se que durante a safra de 2017, os produtores do grogue em toda a ilha de Santo Antão denunciaram, constantemente, a “ausência” de fiscalização, tendo a própria IGAE constatado que “várias unidades” de fabrico em Santo Antão operavam fora do período estipulado por lei.

O Governo, conforme o primeiro-ministro, vai fazer, neste ano de 2018, “uma forte aposta” na fiscalização, tanto em relação ao fabrico da aguardente, como de outros produtos alimentares.

A produção do grogue em Santo Antão ronda, actualmente, os dois milhões de litros por ano, numa ilha onde a quase totalidade da área de regadio (mais de um milhar de hectares) é coberta por cana-de-açúcar.

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