A maior festa tradicional da bandeira, a “Banderona”, decorre este ano entre hoje e 12 Fevereiro

A maior festa tradicional da bandeira da ilha, a “Banderona”,

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cujo palco é a localidade de Campanas de Baixo, decorre este ano entre os dias 20 de Janeiro e 12 de Fevereiro, com realização de várias actividades culturais e recreativas.

A realização da edição deste ano da Bandeirona é da responsabilidade do festeiro João di Tata e família, sendo que a abertura da mesma acontece este sábado, 20 de Janeiro, com a construção das barracas e baile popular.

Segundo o programa divulgado, de 21 de Janeiro a 07 de Fevereiro, decorre o pilão (pilon) para preparação do milho para o almoço, mas também animação musical com Djs e algumas bandas.

Já para o dia 08 de Fevereiro está prevista a realização de uma noite familiar e com participação de amigos do festeiro, animado pelo violinista Nhô Nani e banda.

O dia seguinte, 09, é dedicado à realização de noite de emigrante , com a entrega de diplomas de reconhecimento a alguns deles, pelo contributo dado pela preservação da festa, assim como actuação do violinista Vavu e banda e vozes e artistas de Campanas de Baixo.

Para o dia 10 de Fevereiro, sábado, antevéspera do dia da Banderona, além de matança de animais para o almoço, está agendada a realização de baile popular com Irmãos Unidos da Brava, Nelito e banda e o grupo Ferro Gaita.

Já para o domingo está prevista actuação de artistas como Show de Pina, Bnine Pantera e Zé Delgado e banda, que, juntamente com Ferro Gaita, constitui destaque desta edição da festa de Banderona.

Para o mesmo dia está prevista a realização de desfile de motos e de “cabalero” (cavaleiros), enquanto para segunda-feira, 12, será servido almoço seguido de “entrega di boi” (passagem da bandeira para o festeiro para o ano de 2019).

Pelo meio, entre os dias 07 e 09 de Fevereiro, realiza-se um torneio quadrangular de futsal entre as equipas de Campanas de Baixo, Campanas de Cima, Galinheiro e S.Jorge.

A festa de São João Baptista “Banderona” inicia-se, regra geral, no último fim-de-semana de Janeiro e termina na véspera do Carnaval, mas poderá começar mais cedo, caso deste ano, ou mais tarde, consoante a data da celebração do Carnaval, e da posse do festeiro.

A festa é apelidada de “Banderona” por ser a festa tradicional da bandeira de maior duração celebrada em toda a Ilha do Fogo e a segunda que movimenta o maior número de pessoas, depois da festa da bandeira de São Filipe, 01 de Maio, que tem um carácter nacional e internacional.

A festa da “Banderona” ou da Bandeira de São João Baptista surgiu há mais de dois séculos e conforme reza a lenda, “na altura, as pessoas ouviam, no “assobiar” do vento, sons comparados com o toque de tambor e cantigas no ar, ao longo de uma semana”, seguidos de relâmpagos e trovões, tendo um raio caído numa ribeira onde brincavam algumas crianças.

A “Banderona ”tem alguma diferença com outras festas assinaladas no Fogo. A sua figura principal é o “cordidjeru” (governador), que dirige e superintende todas as actividades da festa.

Nela, participam cavaleiros, detentores de bandeiras (guardiões das bandeiras e da ordem, paz e harmonia), um juiz que preside, juntamente com o “cordidjeru”, que assegura a votação ou nomeação dos festeiros para a festa do ano seguinte, e um corpo de “coladeiras” , integrado por homens e mulheres, acompanhados de “caxerus” ou tamboreiros.

Outra figura da festa é o de “refugiado ou ladrão”, uma espécie de “canisade” que só aparece na festa no dia da matança, no último sábado antes do almoço, com intenção de roubar os produtos como carne, mandioca e outros.

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