Nenhum cabo-verdiano sente a Binter como companhia nacional

Grupo de Salenses

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Um grupo de cidadãos na ilha do Sal considerou, em declarações à Inforpress, que “nenhum cabo-verdiano sente a Binter Cabo Verde como uma companhia nacional, porque ela não zela pelos interesses da população deste País”.

A Binter Cabo Verde, filial da companhia aérea Binter sedeada nas Ilhas Canárias, se tornou a partir de 01 de Agosto do ano passado, na única companhia a assegurar os voos regulares inter-ilhas no arquipélago.

Porém, em declarações à Inforpress “em jeito de desabafo”, o grupo em apreço “reclama” do funcionamento da Binter CV, sobretudo dos preços praticados que considera “absurdos” para as ligações domésticas no País.

“Antes reclamávamos dos TACV nas ligações domésticas hoje nem sequer podemos reclamar mais, porque temos uma companhia estrangeira que o Governo insiste em dizer que é cabo-verdiana, mas ninguém, nenhum cabo-verdiano sente a Binter como uma companhia nacional. Faz e desfaz, e o Governo não faz nada para salvaguardar os interesses do cidadão”, comenta o engenheiro Sílvio Andrade.

Um outro cidadão que não quis ser identificado, lembrou que a Binter já havia tomado a decisão de cancelar a venda de bilhetes nos voos inter-ilhas na sequência do novo tarifário imposto pela Agência de Aviação Civil (AAC), porque a tabela não agradou a operadora, uma atitude, conforme analisou, de chantagem dessa empresa privada, aos cabo-verdianos.

“Essa atitude provocou um descontentamento generalizado no seio dos cabo-verdianos. Sentem-se lesados com a operação dessa companhia que só pensa em negócio. Não sabemos por que carga de água o Governo colocou nas mãos de um privado o monopólio das ligações aéreas domésticas”, desabafou.

Francisca Lopes, manifestando também descontentamento com a actuação da operadora Binter, diz que o Governo “insiste” em dizer que a companhia é cabo-verdiana, mas cola dúvidas a esse respeito. Entre outras questões reclama dos preços, exemplificando que um cidadão que quiser ir da ilha do Sal para São Nicolau, tem de ir via Praia, pagando uma tarifa exorbitante.

“Quer dizer, a viagem acontece quase que em dois dias, porque a Binter obriga as pessoas a fazer esse percurso, obrigando-as a dormir na Cidade da Praia, o que acarreta ainda mais custos. Isto é, sem alternativa, a companhia obriga as pessoas a pagar duas passagens, ficando esse percurso por quase 30 mil escudos (…). Isso não é normal”, exteriorizou.

Mesmo assim, apesar do descontentamento, associou o seu desabafo, segundo disse, a uma anedota popular que diz que “aquilo que o cabo-verdiano ganha mensalmente não lhe permite, nem pagar as suas contas, mormente essas despesas com a Binter”.

“(…) Isto está cada vez mais difícil. Estamos a regredir a passos largos. O cabo-verdiano está a ser demasiadamente penalizado”, enfatizou.

Por seu turno, em parcas palavras, Adriano Silva considera que os cabo-verdianos estão a sofrer com os transportes aéreos, nas ligações domésticas realizadas pela operadora Binter.

“Com a Binter, agora é impensável, por exemplo, ir um fim-de-semana para Praia ou São Vicente. O balúrdio que se paga…! E o Governo não faz nada? Permitindo a Binter fazer o que bem entender no mercado”, questionou, também em tom de insatisfação.

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