O primeiro-ministro instou hoje a responsabilidade de todos na luta contra o surto da covid-19, para que Cabo Verde possa “evitar determinadas propagações e pânico”, com blindagem à desinformação.
Ulisses Correia e Silva fez este alerta durante a apresentação do Plano Nacional de Contingência para a Prevenção e Controlo da Covid-19 (designação oficial do novo coronavírus), e salientou que perante coisas sérias que implicam a vida de pessoas, com implicações na vida de países, torna-se essencial este comprometimento.
O chefe do Governo considerou “relevante” a problemática da Covid-19, não só para Cabo Verde, mas também para o mundo em geral, mas fez questão de afirmar que “Cabo Verde é neste momento um país livre do novo coronavírus”, ainda que se mostre convicto de que “nenhum país do mundo está livre de ter casos suspeitos ou comprovados”.
Para Correia e Silva, a melhor opção é Cabo Verde preparar-se para qualquer eventualidade, tendo avançado que o Plano Nacional se destina não só à prevenção e acção dos vários agentes, designadamente serviços de saúde, aeroportos, portos, protecção civil, à mobilização social face à epidemia.
Cabo Verde, explicitou, vai manter a vigilância e triagem apertada nos aeroportos em relação aos voos provenientes de França, Portugal e Espanha e cancelar eventos internacionais que reúnam números elevados de participantes provenientes de países com epidemia, até 30 de Junho.
O primeiro-ministro anunciou ainda que a interdição de voos da Itália, por causa da prevalência de casos, inicialmente definida por um período de três semanas, vai ser prorrogada até 30 de Abril.
Recordou que o executivo já mobilizou cerca de 77 milhões de escudos para fazer face a despesas emergentes, tendo já recrutado cerca de 100 trabalhadores da área da saúde para os portos, aeroportos, espaços de isolamentos e 38 milhões de escudos alocados na compra de equipamentos médicos-hospitalares.
O chefe do Governo reafirmou que ainda, este mês, Cabo Verde terá capacidade para ter um laboratório nacional de virologia ao novo coronavírus, e avançou medidas complementares que passam pelo reforço da vigilância aeroportuária.
Sublinhou que o executivo tem estado a monitorar há já algum tempo esta matéria através do seu Gabinete de Crise, considerou “acertadas” as decisões emanadas e assegurou que o Plano Nacional de Contingência vai ser devidamente socializado, alegando que se está perante “uma epidemia séria com impacto na saúde pública e na economia global”.
