A Boeing planeia demitir 10% de seus funcionários da sua unidade de aviação civil para reduzir custos devido à crise das companhias aéreas com o novo coronavírus, disseram à AFP duas fontes ligadas ao assunto.
As demissões afectariam a unidade de fabricação dos 737 MAX, que está há mais de um ano envolvido com problemas relacionados a dois acidentes fatais, além dos 787 e 777, segundo as fontes.
O corte de postos de trabalho pode afectar até 7.000 funcionários.
A Boeing emprega mais de 160.000 pessoas em todo o mundo, incluindo 70.000 no estado de Washington, onde monta a maioria de suas aeronaves civis.
Apenas uma parte dos 787 é produzida na Carolina do Sul. As notícias são divulgadas um dia após a empresa reiniciar lentamente a produção em suas instalações em Puget Sound, Washington, com protocolos para manter os trabalhadores a cerca de dois metros de distância, além de exames de saúde e estações para lavagem de mãos.
Um porta-voz da Boeing, que deve iniciar negociações sobre ajuda do governo federal, disse que a empresa está a oferecer programas de “demissão voluntária”, mas não confirmou o tamanho do corte planeado.
Os trabalhadores que solicitarem demissão voluntária receberiam um pacote de remuneração e benefícios como parte de um programa que “visa reduzir o tamanho de nossa força de trabalho por meio de ações voluntárias e, principalmente, minimizar o futuro”, disse o porta-voz.
A ajuda do governo depende das empresas que concordarem em não demitir trabalhadores depois de receberem o dinheiro dos contribuintes.
A Boeing, que já estava sob pressão pela controvérsia do 737 MAX, sofreu uma onda de cancelamentos de pedidos por parte de companhias aéreas que lutam para sobreviver com aviões no solo diante do fechamento de fronteiras e restrições de viagens impostas pela a pandemia da COVID-19.
“Não há dúvida de que a indústria da aviação ficará muito diferente à medida que nos recuperarmos dessa pandemia”, disse o porta-voz.