O planeamento do Turismo exige rigor e cumprimento dos objectivos

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As ilhas de Cabo Verde são diamantes em estado bruto por lapidar, e excepto as ilhas do Sal e da Boa Vista que já tem outra estrutura do turismo, mas mesmo assim precisam de um upgrade. As outras ilhas estão longe de ser um destino turístico de execelência, conserva ainda o seu lado “selvagem” e original.

Quando falo no seu lado selvagem quero dizer que toda a oferta turística está no seu estado bruto e original, ou seja não houve transformações na paisagem, nos lugares, nos miradouros, nas praias que torne a autecidade desses lugares em oferta turística de excelência. Aos longos dos anos essas potencialidades foram deixadas sem conservação e sem serem lapidadas para a sutentabilidade do turismo.

Os planos estratégicos que foram desenhados para o turismo alternativo às ilhas de Boa Vista e Sal, apesar dessas duas ilhas necessitarem de planos estratégicos que promova um turismo de sol e praia mais sustentável, nunca foram tidos em conta as potencialidades das outras ilhas em termos de produtos turísticos. O turismo é prejudicado pela existência de áreas más estruturadas e serviços de má qualidade, por isso deve haver melhorias na infraestrutura das áreas de interesse turístico, pois a falta de estética arquitetónica prejudica a realização da atividade turística. Por essa razão, a importância de normas sobre o uso do solo, com parâmetros que estabeleçam padrões de construções, orientando as expansões urbanas.

Os órgãos oficiais de Turismo têm de criar e monitorar um inventário turístico que contenha informações viáveis e pertinentes sobre os atrativos, conservação, manutenção e utilização, localização geográfica, meios de acesso e os sistemas de transporte disponíveis. E entre os vários itens presentes nesse inventário devem ser identificados os pontos chaves de sucesso para o desenvolvimento do turismo sustentável. Dessa maneira, os investimentos acontecem de forma adequada, pois, estão voltados nas áreas em que é interessante o fluxo de turistas.

O transporte continua a ser um factor que precisa ser uma prioridade com projetos e estruturas de apoio, como construção e manutenção de estradas, estações de autocaros e carros de aluguer para o turismo, aeroportos e outras vias de comunicação que precisam ser funcionais, ter boa sinalização e possuir manutenção adequada. Estradas de acesso a lugares turísticos precisam de cuidados específicos, projetos paisagísticos e sinalização clara dos atractivos, além de equipamentos que tragam comodidade, como estacionamento, restaurantes ou quiosque de restauração, casas de banho, lojas de souvenires, nos miradouros e nas  zonas de descanso de circuitos pedestres.

Todos esses pressupostos devem também centralizar-se na melhoria dos serviços prestados na segurança, sistema nacional de saúde, transporte, serviços gerais tais como a energia eléctrica, iluminação pública, abastecimento de água, redes telefónicas, limpeza e manutenção, e os demais serviços vitais para a comunidade residente e à aqueles que nos visitam.

O turismo está conectado ao bem-estar social. Uma sociedade que dispõe de infraestrutura básica e de apoio organizadas de forma eficiente estará mais apta a propagar sua imagem de maneira positiva. A Covid-19 apesar de ser uma calamidade mundial que destruiu o sistema sanitário e a economia, é também uma grande oportunidade de começarmos bem com uma nova visão de desenvolvimento sustentável, onde o planeamento é aperfeiçoar os recursos urbanos, naturais, artificiais e culturais existentes de acordo com as premissas da sustentabilidade, e incrementar a demanda turística de forma racional nos espaços disponíveis para o exercício da prática de atividades turísticas.

Com isto quero dizer que temos um árduo trabalho pela frente, não chega só colocar no papel os nossos objectivos estratégicos para este desiderato, se não formos capazes de executar com rigor o que planeamos e exigir de nós o cumprimentos dos objectivos.

 

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