Cabo Verde e Angola estão a estudar um novo formato de parceria entre a TACV e TAAG, levando em conta a realidade “retracção da procura” provocada pela pandemia, informou na Praia, o ministro do Turismo e Transportes.
Carlos Santos fez essa afirmação em conferência de imprensa conjunta para fazer o balanço de dois dias de visita a Cabo Verde do homólogo angolano, Ricardo Viegas D’Abreu.
“Nós estamos a sair de uma pandemia e os Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) e os Transportes Aéreos Angolanos (TAAG) são empresas duramente fustigadas por esta pandemia e, por isso, houve discussões no sentido de ver as complementaridades que existem neste momento“, explicou o ministro, informando que saíram alguns entendimentos sobre o formato de parceria que possa existir entre essas duas companhias.
“Agora estamos na parte de operacionalização das ideias discutidas para ver como é que podemos fazer com que uma vantagem da TAAG pode ser utilizada pela TACV. Isto foi o essencial da reunião que aconteceu com as equipas dessas duas companhias áreas”, informou.
Carlos Santos lembrou que em 2018, quando foi implementado o memorando de entendimento entre os dois países ao nível do sector dos transportes, as duas empresas viviam uma realidade onde havia uma procura “muito forte” a nível dos transportes aéreos.
No entanto, o ministro do Turismo e Transportes de Cabo Verde apontou que em 2021 a situação de retracção da procura levou à redefinição dos objectivos “a curto e médio prazos” da TACV.
“Na lógica dessas mudanças temos que adaptar os instrumentos que tínhamos assinado com a TAAG para permitir um outro figurino de relacionamento e definir um novo modelo de parceria”, explicou Carlos Santos, sublinhando que há condições das duas companhias explorarem as suas complementaridades”.
Por sua vez, o ministro dos Transportes angolano, Ricardo Viegas D’Abreu, disse que há intenção de restabelecer a ligação da TAAG ao arquipélago ainda no primeiro trimestre de 2022.
Por outro lado, anunciou a intenção da construção de um ‘hub’ aéreo em Cabo Verde para complementar com o que já existe em Angola.
A materialização dessa ideia, segundo o governante angolano, vai proporcionar mais oportunidades regionais para os países da África Central e Oriental com problemas de conectividade.
“Grande parte da conectividade em África é exercida por países não africanos e pensamos que esta é uma boa oportunidade nessa visão estratégica de complementaridade quer na região ocidental como austral”, observou.
Fazendo o balanço dessa vista a Cabo Verde, Ricardo Viegas D’Abreu disse que serviu para “revisitar” os protocolos assinados e o memorando de entendimento e reforçar as cooperações institucionais, particularmente nos domínios aéreo e marítimo.