O presidente da Associação de Turismo de Santiago (ATS), Eugénio Inocêncio, defendeu a adopção de novos instrumentos de qualificação do turismo, que permitam maior inclusão e abertura de novos mercados para Cabo Verde.
Eugénio Inocêncio, que fez estas considerações à Inforpress, perspectivando o processo da retoma turística em 2022, apontou que a recuperação das actividades do sector impõe que esses novos instrumentos sejam implementados, não só a nível regional, mas também em todo o território.
“A Associação de Turismo de Santiago tem estado a trabalhar alguns desses novos instrumentos, nomeadamente os projectos`-piloto, para permitirem que o turismo na ilha seja cada vez mais inclusivo”, disse.
Nesta linha, avançou que a organização elegeu como início o projecto da babosa, que envolve a comunidade local em Picos, no município de São Salvador do Mundo, cuja ideia é criar microprojectos familiares que têm a ver com o turismo de forma directa ou indirecta.
Ou seja, acrescentou, o objectivo é ter toda a comunidade envolvida funcionando em rede com uma empresa com organização moderna e que em conjunto com a Câmara Municipal de São Salvador do Mundo tragam novas valências no sector.
“Esse é um instrumento importante, obviamente depois terá que ser ampliado para outros municípios e outros projectos similares, na óptica do turismo inclusivo, que faça aproximar o turismo das populações onde estão”, complementou o empresário.
Outro instrumento, de acordo com Eugénio Inocêncio, é a implementação da central de compras de Santa Cruz, em articulação com o Ministério do Turismo e a associação portuguesa SIMAB, que visa a modernização do comércio interno.
“Tudo isso aponta para a qualificação do turismo em Cabo Verde na perspectiva de abrir novos mercados para o sector a nível nacional”, sustentou o responsável.
No entanto, atestou, a retoma depende ainda da evolução da pandemia na Europa, “que é o principal mercado” da ilha de Santiago e do País.
“Neste momento, na ilha de Santiago há já alguns operadores que estão a tentar abrir novos mercados da europa, nomeadamente mais a leste, e há respostas positivas”, assinalou o presidente da ATS.
Por outro lado, destacou que a redução de casos de covid-19 no arquipélago é também atractiva para os turistas, considerando também que Cabo Verde tem a possibilidade de ser transformado numa plataforma internacional de saúde.
“Temos condições para isso do ponto de vista sanitário, mas é preciso sermos capazes de tirar partido de forma organizada e com estratégias”, sublinhou.