A Luxembourg Stock Exchange vai apoiar a Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC) na concretização dos fundos de investimento, previstos na lei há vários anos, mas que ainda não foram operacionalizados a nível da bolsa.
Este é para já um dos resultados da missão de uma delegação da BVC, chefiada pelo presidente do conselho de administração, Miguel Monteiro, à Portugal e Luxemburgo durante a qual foi rubricado um acordo de parceria entre a BVC e a Luxembourg Stock Exchange, na sequência do memorando de entendimento, assinado em Fevereiro, na Praia.
“Os fundos de investimento é um novo produto que pretendemos que seja concretizado a nível da Bolsa. A legislação está preparada há muito tempo, mas o facto é que na realidade até hoje ainda não há fundos de investimentos constituídos em Cabo Verde. Por isso nós fomos em busca de experiências e de parcerias”, explicou.
Miguel Monteiro frisou que Luxemburgo é o segundo país do mundo com maior volume de fundos de investimento, logo atrás dos Estados Unidos da América.
Neste sentido, adiantou que depois de conhecer a realidade portuguesa em matéria de fundos de investimento, a delegação cabo-verdiana encontrou-se no Luxemburgo, com três grandes operadores dos fundos de investimento, conhecendo e aprofundando os conhecimentos sobre esta matéria.
Para além do compromisso com as formações para o aprofundamento da matéria, o presidente da BVC assinalou aquilo que classificou de “várias possibilidades de apoio” por parte da bolsa de Luxemburgo, desde o financiamento de projectos, passando pela identificação de potenciais financiadores dos fundos.
“O principal resultado que saiu dessa visita é que na realidade há possibilidades de alguns dos projectos que estão aqui na Bolsa possam vir ser financiados através dos fundos de investimento. E isso, na realidade, pode ser ajudado através da Luxembourg Stock Exchange, por exemplo, na identificação de potenciais financiadores que possam vir a financiar aqui os fundos de investimento em Cabo Verde”, explicou.
Miguel Monteiro falou também na possibilidade da BVC ter fundos de investimentos que possam ser listados no país e no Luxemburgo e apoiar nesse financiamento de projectos.
“Ou seja, o que nós vimos é que há possibilidades reais de termos esses tipos de apoio: Identificação de projectos, identificação de potenciais financiadores e a possibilidade de termos dual listing de projectos aqui em Cabo Verde e no Luxemburgo. É uma panóplia, que naturalmente, vamos aprofundar”, disse.
O presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde adiantou ainda que no âmbito desta parceria já está prevista a deslocação de uma delegação da Luxembourg Stock Exchange ao arquipélago, para o mês de Julho, para encontros com os diversos ‘stakeholders’, nomeadamente a Auditoria Geral de Mercados Mobiliários e o banco central.
A bolsa de Luxemburgo aceitou também ajudar a BVC na revisão de alguns documentos no âmbito da plataforma Blu-X, por forma a que a mesma possa estar condizente com os critérios para a certificação internacional.
A visita da delegação da BVC a Portugal e Luxemburgo, realizada na semana passada, esteve enquadrada no âmbito da implementação do plano de actividades para 2022 e na sequência do plano estratégico 2021-2025.