O ministro da Economia Digital, Olavo Correia, disse no dia 30 de setembro ser “muito importante”, para Cabo Verde, a conexão entre a Saúde e do Digital, desafiando os jovens a apostarem start-up de base tecnológica viradas para o sector da Saúde.
O, também, vice-primeiro-ministro falava no acto de assinatura do acordo de parceria entre o Governo de Cabo Verde e a PremiValor Consulting, com o intuito de fomentar a capacidade de inovação no sector da Saúde, na sala de Conferências do Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial, na Cidade da Praia.
“Sem a Saúde não se consegue construir um País e a aposta na Saúde hoje é uma aposta de futuro que visa garantir a Segurança Sanitária, a Saúde Pública para podermos ter as pessoas saudáveis, mas também é uma oportunidade para construirmos, em Cabo Verde, um hub de Saúde e sermos também um País exportador de serviços de Saúde e de produtos farmacêuticos”, disse.
Segundo o governante, esta é uma área onde se pode criar empregos qualificados, bem remunerados para os jovens e também para os médicos e outros profissionais de Saúde, seja em Cabo Verde seja na “vasta diáspora”, já que, em todos os países do mundo há cabo-verdianos que trabalham neste sector.
“A inovação tem vindo a assumir uma importância crescente no desenvolvimento social e económico, sobretudo no âmbito da quarta revolução industrial, mas também na resposta aos novos desafios mundiais. Cabo Verde tem estado a desenvolver e a implementar uma abordagem que nós pensamos ser progressivamente consistentes, mas também estruturada, de investimento na inovação e no empreendedorismo”, frisou.
Olavo Correia elucidou que o projecto de maior valor, até agora edificado em Cabo Verde, é o Parque Tecnológico e Data Center, ou seja, mais de 50 milhões de Euros investidos.
“Não conheço um projecto com essa dimensão. Significa que nós estamos a investir nas infra-estruturas, no capital humano e a procurar construir uma verdadeira economia digital. Mas também nós estamos a procurar criar aqui um ambiente estruturado de investimento na inovação e no empreendedorismo”, prosseguiu.
Olavo Correia afirmou ainda que, no quadro do Orçamento de Estado para 2023, a ser aprovado proximamente, está-se a criar um pacote “muito potente” de incentivos à investigação e à inovação, mas também ao desenvolvimento empresarial.
“Vamos criar as condições por forma a que toda a despesa gerada para promover a investigação, a ciência e a inovação possa ser majorada, em parte, e depois deduzida a metade por metade. Ou seja, as empresas que vierem investir muito na ciência e na investigação vão poder, praticamente, exercer as suas actividades sem pagar os impostos em Cabo Verde, directamente, mas investindo os lucros na investigação e na inovação”, explicou.
Para Olavo Correia, esta será uma medida de “grande alcance”, não só para financiar a ciência e a investigação, mas para garantir a ligação entre a ciência e o mundo empresarial.
“Nós queremos, em Cabo Verde, promover e dinamizar actividades de testes, de experimentação, tecnologias, produtos, serviços e de processos de base tecnológica. Isto também tem de assumir um papel central na concessão, no desenvolvimento, mas também na implementação e divulgação de novos produtos e sistemas de maior valor acrescentado e com impacto social e económico”, frisou.
Enfim, explicou, pretende-se criar aquilo que já foi criado em alguns países, nomeadamente em Portugal, que são as chamadas zonas para a experimentação, zonas livres tecnológicas, onde os jovens podem trabalhar, experimentar, testar, sem as amarras regulamentares e regulatórias.
Olavo Correia referiu ainda que a parceria com a PremiValor Consulting “vem em boa hora” e que o Governo quer, com base neste projecto, convidar e incentivar jovens cabo-verdianos a criar start-ups de base tecnológicas no domínio da Saúde para que se possa juntar as tecnologias e a Saúde.
“Pensamos que este projecto vai ter um impacto muito relevante na atracção de talentos e de empresas, não só em Cabo Verde, mas também a nível internacional, também como elemento de atracção de investimento estrangeiro para Cabo Verde, para valorizar a posição atlântica de Cabo Verde , mas também toda a nossa estratégia que incide na construção de um País que seja plataforma ao nível de vários domínios de actividade económica, mas, particularmente, no domínio da Saúde e na exportação dos serviços de Saúde”, disse.