Grupo de investigadores lusófonos descobre primeiro berçário de tubarões no Atlântico Este

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Em Cabo Verde, um grupo de investigadores portugueses, cabo-verdianos e são-tomenses descobriu um berçário de tubarões ao largo da baía de Sal Rei, na ilha da Boa Vista. Uma descoberta importante para ajudar na conservação dos tubarões nesta região, mas também porque este berçário acolhe entre cinco a sete espécies diferentes de tubarões juvenis, incluindo o popular tubarão-martelo.

Em entrevista à RFI, Rui Rosa, investigador do Centro de Ciências e Mar e do Ambiente, que dirige este estudo explicou como aconteceu esta descoberta, incluindo a cooperação com os pescadores locais, e as medidas a tomar agora para proteger estes tubarões juvenis.

“Do ponto de vista de conservação é fulcral conhecermos os locais onde os tubarões colocam a sua descendência. Estas áreas de berçário são zonas costeiras onde os tubarões juvenis passam grande parte do seu tempo e, portanto, descrever estas áreas tem grandes consequências na sua conservação”, defendeu Rui Rosa.

Esta identificação foi, segundo o investigador, um trabalho pioneiro que terá importantes consequências na conservação da população de tubarões ao largo desta ilha.

“Este trabalho foi pioneiro porque conseguimos reunir uma quantidade de informação preciosa ao longo de seis anos na ilha da Boavista, em Cabo Verde, e conseguimos mostrar de forma categórica que a ilha da Boavista, nomeadamente a Baía de Sal rei é uma zona bastante única, porque é a primeira vez que se descreve uma zona destas naquela região de África”, indicou.

Numa altura em que as populações de algumas espécies de tubarões foram reduzidas em 70%, neste berçário foram identificadas entre cinco a sete espécies de tubarões, incluindo o tubarão martelo, mas também o tubarão doninha, o tubarão bicudo, o tubarão limão e o tubarão gata.

Esta descoberta deve agora servir para criar áreas de conservação em cooperação com o Governo de Cabo Verde, mostrando à população local o interesse em salvaguardar os tubarões e evitar a pesca excessiva nas costas de Cabo Verde.

O estudo foi desenvolvido no âmbito do projecto de investigação NGANDU, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pela Rede Aga Khan para o Desenvolvimento.

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