O turismo de caminhada está a evoluir a passos largos em Cabo Verde, seguindo as tendências a nível global, passando, outrora, de classificação do lazer informal para um nível do lazer real e estruturado na abordagem do desenvolvimento e diversificação turística, potencialmente gerando benefícios econômicos a nível local a larga escala.
Com efeito, a desmesurada e densa urbanização, em especial nos tradicionais mercados emissores, tem vindo a proporcionar excelentes oportunidades para os destinos emergentes, como é o caso de Cabo Verde, na ânsia de fuga dos residentes das grandes cidades, confinadas entre alcatrão e concreto, sujeitos à intensa poluição do meio ambiente e ao stress dos grandes aglomerados urbanos. O circulo dos adeptos têm-se expandido exponencialmente no concernente ao turismo de caminhada, assumindo uma quota bem expressiva do ponto de vista da segmentação da procura turística e são muitos milhões, anualmente, à procura de trilhas, nos sítios mais recônditos do mundo.
Cabo Verde, como se atesta através de inúmeras constatações, dos especialistas, operadores económicos e turísticos, órgãos de comunicação especializados, poderá estar no TOP das preferências dos praticantes de caminhada, dada a exuberância do nosso meio natural, mormente as nossas ilhas montanhosas, como Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Santiago, Fogo e Brava.
Uma consultoria recente desenvolvida pelo 𝐈𝐓𝐂𝐕, através da 𝐀𝐓𝐓𝐀, Adventure Travel Trade Association e com o apoio do parceiro estratégico, o 𝐁𝐚𝐧𝐜𝐨 𝐌𝐮𝐧𝐝𝐢𝐚𝐥, que a financiou, concluiu que, para cada seis turistas europeus, há um de caminhada ativo, tornando-se um mercado potencial de 100 milhões de caminhantes na Europa e que, para cada US $1 investido em projetos de caminhadas, há um retorno de US $13. São números que importam e nos dizem o quão importante e assertiva é a aposta do governo no turismo de natureza, em particular no turismo de caminhada, sendo certo quanto à sua integração numa estratégia de desenvolvimento sustentável, por conseguinte, na cadeia de valores da economia, daí pressupor forte envolvimento de todos os atores nacionais e locais, privados e públicos.
A referida consultoria, a da ATTA, abarca outros domínios, como a estruturação da oferta, a governança, incluindo a lei e o quadro regulador, já em pipeline, mas também o catálogo das experiências turísticas, o marketing e promoção do turismo de natureza, conferindo importância às feiras temáticas, cabendo importância às associações regionais e dos guias de Cabo Verde.
Assim, o 𝐈𝐓𝐂𝐕 e o 𝐌𝐓𝐓, após conclusão da rede dos caminhos pedestres de São Nicolau, de Santiago e do Fogo, se encontra na fase final de implementação a de Santo Antão, contando para breve a entrega dos trabalhos, com a sinalização no terreno e pela via digital, geolocalização, seguindo os estandartes de certificação internacional, quesito para a nossa ativa inserção na rede mundial.
Neste quadro, e como a avaliação permanente e manutenção são domínios a não negligenciar, 𝐮𝐦𝐚 𝐞𝐪𝐮𝐢𝐩𝐚 𝐝𝐨 𝐈𝐧𝐬𝐭𝐢𝐭𝐮𝐭𝐨 𝐝𝐨 𝐓𝐮𝐫𝐢𝐬𝐦𝐨 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐛𝐨 𝐕𝐞𝐫𝐝𝐞 𝐬𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐥𝐨𝐜𝐨𝐮 𝐚𝐨 𝐭𝐞𝐫𝐫𝐞𝐧𝐨 𝐧𝐨 𝐢𝐧𝐭𝐮𝐢𝐭𝐨 de se inteirar quanto ao estado de conservação da 𝐫𝐞𝐝𝐞 𝐝𝐨𝐬 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐩𝐞𝐝𝐞𝐬𝐭𝐫𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐒𝐚𝐧𝐭𝐢𝐚𝐠𝐨, como supra referido, totalmente concluído, compreendendo 373 km de percursos de norte a sul, dividida entre o itinerário principal de 76,5 km, os de ligação, os complementares com as ramificações em todos os municípios da ilha e totalmente sinalizados, com painel informativo, setas direcionais e marcas.
𝐎 𝐚𝐩𝐞𝐥𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐪𝐮𝐢 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐚𝐦𝐨𝐬, 𝐚𝐨𝐬 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐧𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐚̃𝐨𝐬, aos munícipes, às comunidades, aos visitantes, turistas nacionais e estrangeiros, 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐩𝐫𝐞𝐬𝐞𝐫𝐯𝐚𝐫𝐦𝐨𝐬 𝐨 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐩𝐚𝐭𝐫𝐢𝐦𝐨́𝐧𝐢𝐨 𝐧𝐚𝐭𝐮𝐫𝐚𝐥, mas também as insígnias de toda rede nacional dos caminhos pedestres, pois entende-se que sem este compromisso mais árdua ficará a tarefa do desenvolvimento do turismo de natureza, protelando as respostas às expectativas dos investidores, das empresas, sobretudo micro e pequenas empresas, bem assim ao nosso capital humano que é o foco principal.
𝐂𝐮𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐞́ 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐨 porque, desta forma, estaremos a 𝐜𝐮𝐢𝐝𝐚𝐫 𝐝𝐚 𝐟𝐚𝐦𝐢́𝐥𝐢𝐚 𝐜𝐚𝐛𝐨-𝐯𝐞𝐫𝐝𝐢𝐚𝐧𝐚!