O resultado líquido do Sector Público Empresarial (SPE) fixou-se nos 427.302 contos positivos, influenciado pelo desempenho de 21 das 36 empresas do sector que tiveram resultado líquido que ultrapassou um milhão de contos positivos.
De acordo com o relatório trimestral do desempenho do SPE, elaborado pela Unidade de Acompanhamento do Sector Empresarial do Estado (UASE), tiveram maiores peso as contribuições da ASA, com 40,7%, conjuntamente com a Cabo Verde Telecom (CVT), a NOSi e a SISP, que contribuíram com 72,3% do total do resultado líquido positivo.
“As restantes 13 empresas do SPE registaram um resultado líquido negativo de 623.729 milhares de escudos, sendo a maior contribuição proveniente da TACV, com um peso de 56,4% sobre o total deste grupo. Contrariamente ao período anterior e homólogo, o resultado líquido situou-se no campo positivo, reafirmando assim a melhoria do resultado das empresas do SPE, apresentando uma taxa de realização acima dos 100%”, realça o relatório.
De acordo com a mesma fonte a margem líquida, que mede a capacidade de negócio gerar lucros com base nas vendas, teve uma recuperação de 9,19 p.p., passando de 5,27% negativos para 3,92% positivos, do 2º trimestre de 2022 para o 2º trimestre de 2023, respectivamente.
Em relação ao volume de negócios o relatório assinala que no 2º trimestre de 2023, houve um crescimento de 14,4%, face ao trimestre homólogo, fixando-se em 10.900.753 contos, representando um cumprimento de 89,9% em relação ao valor orçamentado.
“Empresas como a ASA, a CVT, a ELECTRA e a TICV contribuíram para esta dinâmica positiva, em cerca de 65,3% (7.117.473 contos). O volume de negócios do SEE representou 17,5% do PIB, um aumento de 0,67 pontos percentuais (p.p.), face ao período homólogo”, lê-se no documento.
O relatório realça que seis maiores empresas do SPE continuaram a contribuir significativamente para o agregado, evidenciando-se, assim, uma contribuição de 59,2% e 54,1% para o volume de negócios e Valor Acrescentado Bruto (VAB), respectivamente, bem como uma contribuição positiva para o resultado líquido do SEE em cerca de 56,4%.
“O volume de negócios totalizou os 6.449.388 contos (+8,1% face ao trimestre homólogo), sendo que a IFH obteve aumento acima dos 100%. Com tendência contrária, a ELECTRA e a ENAPOR registaram ligeira diminuição, de 0,9% e 7,2%, respectivamente”, refere o relatório
No que tange ao activo, estas seis empresas contribuíram com 47,7%, detendo 52,7% do passivo do SPE e registaram um capital próprio positivo de 519.760 contos, correspondendo a um peso relativo de 3,8% para a formação do capital próprio do sector, sendo que, para este, a ELECTRA e a TACV contribuíram negativamente no valor agregado de 18.758.457 contos.
Segundo a UASE o desempenho financeiro das empresas impactou positivamente o nível do risco macro fiscal do SPE, refletindo numa ligeira melhoria, tendo por base o SOE Health Check Tool do FMI.
“Quatro empresas apresentaram uma melhoria do seu nível de risco, tendo duas saído da categoria de risco alto para risco moderado e duas empresas saíram de risco moderado para risco baixo e risco muito baixo. No sentido contrário, três empresas registaram agravamento, sendo que duas passaram da categoria de alto risco para risco muito alto e uma da categoria de risco moderado para alto risco”, evidencia a Unidade.
Para elaboração da análise agregada do SPE referente ao 2º trimestre de 2023, a UASE teve por base as contas trimestrais, não auditadas, apresentadas pelas 35 empresas públicas e participadas do Estado, de acordo com o disposto no Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro (SNCRF) e os deveres de informação das empresas do SPE.