Com “parcerias fortes” e empoderamento do sector privado Cabo Verde consegue ultrapassar 1,2 milhões de turistas

José Maria Neves - Presidente da República

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O Presidente da República disse hoje que se Cabo Verde remover os obstáculos, empoderar o sector privado e estabelecer parcerias fortes, a nível nacional e internacional, conseguirá ultrapassar 1,2 milhões de turistas e ir mais depressa no desenvolvimento.

José Maria Neves falava, no Mindelo, após testemunhar a assinatura dos contratos de financiamento e de gestão do Hotel Golden Tulip Mindelo, projecto sob exploração da Golden Tulip, pertencente ao Louvre Hotels Group, cuja construção está orçada em 36 milhões de euros, dos quais 29 milhões financiados pelo Fundo Yunus e sete milhões pelos investidores da Matiota Invest.

“Estamos condenados a estabelecer parcerias, a construir pontes para podermos ir mais depressa e ir mais longe. E por isso a minha enorme satisfação por estar aqui hoje e ver que dois empresários, os cabo-verdianos João e Alexandre, tiveram esta ideia e mobilizaram parcerias e hoje estamos aqui para lançar o Golden Tulip Mindelo. É uma grande marca internacional, como vimos aqui, que vai trazer para São Vicente muito mais dinâmica, vai trazer o mundo aqui para São Vicente e vai levar São Vicente ao mundo”, destacou.

Conforme lembrou, este projecto demorou mais de 10 anos e, por causa desse tempo já não acreditava na concretização do mesmo, mas destacou o facto dos promotores terem tido ousadia e persistência para a mobilização de parcerias e recursos para o concretizar.

“É um projecto de referência para Cabo Verde. Mostra-nos que é possível, mostrar aos empresários cabo-verdianos que é possível, desde que haja sonho, haja determinação e haja esta ousadia e coragem em poder abrir os caminhos e realizar investimentos desta envergadura. Portanto, valeu a pena”, adiantou.

Segundo o Presidente da República, é preciso ser mais sofisticado em Cabo Verde para ter um hotel dessa envergadura e com essa qualidade. Porque, explicou, só um turismo de alto valor acrescentado permitirá um crescimento inclusivo e ambientalmente sustentável do nosso País. E ainda agora, ao pequeno almoço, também falávamos das energias limpas.

“E se continuarmos nesta linha, com esta ousadia, coragem e capacidade de inovação, se acelerarmos o passo, se removermos os obstáculos, os constrangimentos que ainda existem, se tivermos uma vontade firme de empoderar o sector privado e de estabelecer parcerias fortes a nível nacional e internacional, nós conseguiremos rapidamente ultrapassar 1,2 milhões de turistas e ir muito mais depressa no desenvolvimento de Cabo Verde. São Vicente, está de parabéns. Este é um grande projecto”.

Segundo o empresário João do Rosário, da Matiota Investimentos, o projecto foi apresentado em 2018, mas devido à pandemia da covid-19 e a conjuntura internacional fizeram uma pausa.

No entanto, avançou, “o projecto não é exclusivamente dormitório porque o objectivo é atrair um turismo de excelência para participar no desenvolvimento integrado de São Vicente”.

Por sua vez, o fundador e presidente da fundação Yunus, Jehu Ndoumi, que vai financiar a maior parte do projecto, explicou que o grupo se interessou pela política turística de Cabo Verde porque viram que o País poderia servir de ponte entre os três continentes, a África, a América e a Europa.

Por isso, afirmou, o interesse dos investidores é fazer algo com o Cape Verde começando com um conjunto de projectos, sendo o primeiro o Hotel Golden Tulip Mindelo.

“Nós já temos uma experiência de cinco anos no financiamento da construção dos hotéis, nós fizemos dois nos Camarões, um hotel na República Centro-Africana e outro na República Democrática do Congo , que está em processo de instalação”, avançou, acrescentando que a Yunus é uma plataforma composta  por investidores privados do mundo e é especializada em negócios de petróleo, gás e matéria primeira através dos quais consegue activos que lhes permitem ir aos mercados de financiamento privado, obter capitais e orientá-los no continente  Áfricano.

O prazo de execução das obras do Hotel Golden Tulip Mindel é de 18 meses e mais seis para apetrechamento, prevendo entrar em funcionamento em Dezembro de 2026 criando entre 500 a 700 postos de trabalho.

Quando estiver pronto, será um hotel de quatro estrelas, com 10 andares, 212 quartos, um casino Matiota, que será explorado pelo grupo francês Lucien Barrière, e uma sala de conferências e multiuso, denominada Ópera Cisa, que poderá receber até 500 pessoas sentadas e que terá uma vertente de animação cultural aos fins-de-semana.

O empreendimento pertence à marca mundial Golden Tulip e fará parte da cadeia internacional Louvre Hotel, que conta com 1700 hotéis no mundo e 30 mil colaboradores, considerada a segunda maior administradora de hotéis no mundo.

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