O embaixador de Portugal considerou hoje, no Mindelo, que esta é uma “boa ocasião” para os empresários portugueses investirem em São Vicente, especialmente em áreas como energias renováveis, economia azul e digital.
Paulo Lourenço teceu as considerações à imprensa ao reunir-se com a direcção da Câmara de Comércio do Barlavento (CCB) e que deu início ao programa de visitas e encontros de três dias, no Mindelo.
A reunião, segundo a mesma fonte, teve como objectivo tentar entender qual é neste momento a situação da economia no arquipélago, qual é a avaliação que os empresários associados da CCB fazem sobre as oportunidades em particular no Norte do País.
“É também uma oportunidade importante para nós, para perceber onde é que podemos vislumbrar oportunidades de investimento para empresas portuguesas”, sustentou Paulo Lourenço, para quem este é um “momento de feição”, e pode ser uma “boa ocasião” para trazer outras empresas portuguesas a interessarem-se por Cabo Verde e, em particular, por São Vicente.
Para o diplomata, existem oportunidades que se estão a desenhar em relação a áreas como das energias renováveis, da economia azul, do digital e também do turismo, que podem ser “interessantes” para animar o interesse da comunidade empresarial portuguesa, e, por outro lado, a embaixada e os seus serviços económicos estão “muito determinados” em colocar o investimento em Cabo Verde e, obviamente, também no Barlavento.
“E espero, ao longo destes dois dias e meio, daqui levar uma série de informações úteis sobre como é que nós podemos valorizar o arquipélago e o Barlavento como destino de investimento directo estrangeiro e, no caso, obviamente, de investimento directo estrangeiro português”, reiterou.
Questionado sobre a quantidade de empresas portuguesas que fazem parte dos associados da agremiação empresarial disse não ser “muito fácil” localizar devido à “grande ligação e um grande trânsito entre os dois países, mesmo em termos de capitais”.
As empresas portuguesas, no Mindelo, tipicamente, explicou, são de direito cabo-verdiano e muitas vezes são de famílias luso-cabo-verdianas, portanto, é “difícil separar as duas realidades”.
Entretanto, o embaixador disse encontrar vantagens nesta dificuldade, tendo em conta que o destino pode ser sempre vendido como “uma experiência familiar e confortável para qualquer empresário português”.
Por seu lado, o presidente da CCB, Jorge Maurício, asseverou que entre a agremiação e a Embaixada de Portugal tem havido uma troca constante de informações para mostrarem os benefícios de se investir em Cabo Verde.
A mesma fonte apontou benefícios como a relação com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), acordo fixo com o euro, facilidade de exportação com os Estados Unidos da América através de programas como a AGOA, a livre circulação de capitais, acordos para evitar a dupla tributação, a língua, a cultura comum, a proximidade e transporte.
Mais ainda, enumerou, a mão-de-obra também muito jovem, com valores também competitivos “não só em termos de salário, mas também de qualidade”.
“O trabalhador cabo-verdiano é muito procurado, é um tipo de trabalhador e de pessoa que assume compromissos, faz o seu trabalho com zelo, podemos sempre contar com os eles”, argumentou Jorge Maurício, para quem a maior prova é a “grande quantidade” de pessoas que têm sido recrutadas ultimamente para trabalhar no exterior.
Além do encontro com a equipa da CCB, o embaixador de Portugal cumpre um programa de encontros e visitas até quinta-feira, 11, entre estes com indústrias e empreendedores sociais.
Paulo Lourenço deve ainda, entre outros pontos de agenda, entregar uma viatura adaptada ao Centro de Acolhimento para Crianças com Vulnerabilidades Especiais (CACVE).