A Associação das Agências de Viagens e Turismo de Cabo Verde (AAVT) realizou uma reunião online, no dia 28, com os seus associados, para tomar pulso das dificuldades enfrentadas pela classe neste período peculiar de Estado de Emergência. Ocasião, ainda, para a direção comunicar aos associados as medidas levadas a cabo pela AAVT durante o período vigente e socializar o pacote de propostas de medidas a ser apresentado brevemente ao Governo para a retoma do setor.
O encontro provou-se frutífero, também para a recolha de subsídios que certamente deverão enriquecer o documento final a ser apresentado à tutela executiva do Turismo e Transportes.
Das medidas previstas no referido documento, destacam-se a urgência na liquidação de dívidas às agências de viagens por parte do cliente estado, o pagamento dos 35% de salários por parte do INPS, a flexibilização no acesso ao crédito junto dos bancos comerciais.
Sublinham-se ainda a capacitação dos recursos humanos afetos às agências de viagens, a prorrogação automática das licenças das agências de viagens por um ano – para evitar novas garantias bancárias e seguros de caução -, a suspensão de novas licenças de agências de viagens. Acrescentam-se ainda a construção de uma nova grelha tarifária nos transportes aéreos e marítimos, com apresentação de tarifas de operador, o regulamento do funcionamento das agências online, apoio às agências na transição digital, a possibilidade da baixa dos juros nos créditos existentes, bem como novos créditos e apoio no turismo interno, sendo neste caso o amplo debate com as companhias aéreas e marítimas e empresas hoteleiras.
A Direção da AAVT evidenciou os esforços na articulação com os principais parceiros na busca de soluções a contento de todos, nomeadamente Ministério do Turismo e Transportes, o INPS e a Cabo Verde Interlilhas. Esta última, a visar o estreitar da parceria e a possibilidade de criação de novas rotas para o incremento do turismo interno. Igualmente deu se noticia também da articulação com Cabo Verde Airlines.
Na busca das soluções de apoio à retoma das atividades das agências, a AAVT frisa, também, o diálogo com a Turismo de Cabo Verde, a Direção Geral do Turismo e Transportes e as finanças. A salientar o facto de os setores das viagens e turismo estarem entre os mais afetados pela pandemia do COVID-19, e que deverá fazer persistir por mais alguns meses, num quadro mais otimista, a suspensão de voos, os associados defendem a prorrogação do lay-off entre 3 a 6 meses para agências de viagens.
Também advogam a prorrogação da moratória de crédito e aumento do período de carência para novos créditos, bem como das taxas de juros. Ficou ainda evidente a pertinência de constituição de um fundo de emergência para a AAVT, precisamente para amenizar os efeitos e apoiar os associados em situações de crise como a que agora vivemos.
A situação da Companhia aérea de bandeira, Cabo Verde Airlines (CVA) foi outro tema de debate, com a Direção da AAVT a assumir o compromisso de continuar a acompanhar e manter informados os associados. Sobre isso, a AAVT augura uma retoma rápida à normalidade da CVA, atendendo à importância estratégica para o país e as agências de viagens e turismo em particular.
As relações exteriores foram também foco do ponto de situação, incluindo os contatos com as congéneres Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) e a Associação das Agências de Viagens de Macau (AAVM), com as quais a AAVT tem partilhado experiência e soluções.