O bairro de Achada Grande Frente, na Cidade da Praia, vai receber um projecto de turismo sustentável que terá impacto directo nas famílias, com um financiamento em cerca de 56 mil contos para um período de 36 meses.
O projecto de turismo comunitário, denominado “Xalabas-di kumunidadi”, foi hoje apresentado publicamente no referido bairro, na presença da União Europeia, que financia em 90 por cento do montante total do mesmo, através da embaixadora Sofia Moreira de Sousa, e do presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos.
O “Xalabas-di kumunidadi” vai ser implementado pela autarquia, em parceria com a organização África 70 e a Associação Pilorinhu, e terá a identidade local como factor de desenvolvimento do turismo sustentável, visando contribuir para o aumento e a melhoria da oferta turística em Cabo Verde, conforme Óscar Santos, em declarações à imprensa no final da do evento, que teve lugar no Centro Multiuso de Achada Grande Frente.
O autarca explicou que este projecto, que vai contribuir para a melhoria da oferta turística em Cabo Verde, tem como foco a inclusão e o reforço da capacidade da comunidade e suas organizações, visando a sua participação activa no processo de promoção do auto-emprego no sector do turismo comunitário, de valorização da identidade e dos recursos locais e de requalificação urbana.
“É importante que todos os munícipes se sintam incluídos no processo de desenvolvimento da Praia, sendo que esse é um projecto modelo que pode ser replicado em outros bairros da cidade, como Brasil, Achada Santo António e Tira Chapéu”, disse o edil, salientando que a ideia é que nos 36 meses da implementação do projecto, que o mesmo tenha sustentabilidade e sirva de exemplo para as outras comunidades.
Por sua vez, a embaixadora Sofia Moreira de Sousa esclareceu que a União Europeia decidiu apoiar o projecto, por acreditar que é “um óptimo projecto que vai ao encontro do espírito da razão de ser da União Europeia estar presente neste país”.
“É um projecto que visa o desenvolvimento de turismo sustentável, que é considerado a actividade económica principal para Cabo Verde, mas muitas vezes acaba por beneficiar apenas algumas das ilhas e actores muito específicos, por isso, este projecto quer tentar obter benefícios para a comunidade de uma exploração turística de uma forma diferente, ou seja, turismo solidário”, sublinhou.
Depois da apresentação pública do projecto, os presentes no evento visitaram o bairro de Achada Grande Frente e o Centro Comunitário Pilorinhu.
O nome “Xalabas-di kumunidadi”, que passará a ser a marca das actividades e produtos do projecto, surgiu na comunidade a partir das dinâmicas com os moradores que identificaram o “xalabas”, instrumento tradicional de pesca artesanal, como um símbolo que remete à identidade do lugar, à ligação ao mar e à pesca, e que simboliza o acto de juntar e de levantar, assim como o esforço quotidiano para o sustento da comunidade.