José Maria Semedo afirmou durante a mesa redonda sobre o desenvolvimento do turismo na Região do Fogo e Brava, que as festas populares estão intrinsecamente ligadas aos Santos e que constituem oportunidades para capitalizar o desenvolvimento do turismo e a economia regional. Segundo José Maria Semedo, professor universitário, em Cabo Verde quando se fala das festas populares, necessariamente está-se a falar dos Santos Populares, acrescentando que é este o conceito de festas populares em Cabo Verde que está inserido num quadro do calendário da Igreja, durante todo o ano são festejados numa perspectiva religiosa, mas também numa perspectiva secular não religiosa.
Referiu também que estas festas mobilizam muita gente e nos últimos anos tem-se assistido
uma tendência de secularização e há pessoas que vão às festas de Santo e nem sabem o que festejaram. Esta movimentação das pessoas quer nacionais, quer emigrantes e os turistas, promovem uma série de actividades culturais, educativas, que relembram a nossa histórica e cultura, o folclore popular, gerem oportunidades de negócios nos sectores de comércio, transporte, comércio informal, troca de produtos locais, uma série de promoção de actividades culturais que favorecem o desenvolvimento local que pode ser aproveitado numa perspectiva de desenvolvimento do turismo interno.
Durante a mesa redonda, também interveio o Professor e activista cultural Fausto de Rosário que apresentou o tema “cultura e a sua importância para o turismo”, disse que a ilha do Fogo tem uma base cultural riquíssima e que esta base pode servir o desenvolvimento do turismo cultural que, na sua perspectiva, é o melhor turismo que se pode praticar na região, conjuntamente com o turismo de montanha.
A Ilha do Fogo tem que criar sustentabilidade no turismo, enquadrando os turistas nas vertentes cultural e montanha não só do ponto de vista física como social, e que se sintam não como parte mas que compreendam a comunidade que visitam e interajam com acontecimentos na Cidade de São Filipe, como o ressurgir de canizade, a reformulação do conceito das bandeiras do ponto de vista dos festeiros e da forma de fazer a festa.
O turismo é uma actividade estratégica para Cabo Verde, pode e deve sê-lo também para a região Fogo e Brava e pode contribuir para criar as melhores condições socioeconómicas das populações locais, só que é necessária uma adequada planificação.