O presidente da Associação de Turismo de Santiago, Eugénio Inocêncio, lamentou que até hoje apenas um projeto cabo-verdiano tenha recebido o financiamento do Banco de Investimento e Desenvolvimento da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (BIDC).
Eugénio Inocêncio falava aos jornalistas à margem de uma iniciativa do BIDC, que decorre na cidade da Praia, sobre a qual disse ter “expectativas elevadas”.
“A nossa distância física do continente africano é de 500 quilómetros, mas parece muito mais”, afirmou, referindo-se ao que considera ser o pouco investimento que o BIDC tem feito em Cabo Verde.
Segundo afirmou, apenas um projeto em Cabo Verde recebeu até hoje o financiamento desta entidade financiadora da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da qual Cabo Verde faz parte.
“É insuficiente e não faz sentido”, afirmou, referindo que existem “muitos projetos bons em Cabo Verde que não avançam porque não conseguem financiamento”.
Questionado sobre as áreas em que o financiamento do BIDC poderá ser mais significativo, Eugénio Inocêncio enumerou o turismo e as energias renováveis, além de outros ligados ao mar.
Sobre o valor em carteira que o BIDC terá trazido a Cabo Verde para investir, Eugénio Inocêncio disse ter constado que seria na ordem dos 100 milhões de euros, valor não confirmado oficialmente.
O presidente do BIDC, Bashir M. Ifo, agradeceu a oportunidade de estar em Cabo Verde a divulgar o papel da instituição que dirige e afirmou que vai agora reunir-se com representantes de várias áreas.
Por seu lado, o ministro das Finanças, Olavo Correia, disse que o BIDC tem “todas as condições para ter uma presença mais ativa em Cabo Verde, não só ao nível do investimento público, como também privado”.
A sede do BIDC fica em Lomé, na República do Togo. A sua intervenção passa por empréstimos de longo, médio e curto prazo, a concessão de linhas de crédito e implementação de acordos-quadro de novo financiamento, operações e serviços de engenharia financeira, entre outros.
Segundo o BIDC, todos os Estados-membros da CEDEAO receberam financiamento deste organismo, cabendo a Cabo Verde um dos mais baixos (2,1%). O Benim foi o que recebeu um montante maior (12,7%) e a Libéria o menor (1,5%).
Para o período 2016-2020, o BIDC tenciona mobilizar 1.223 milhões de dólares norte-americanos. A prioridade atual vai para os projetos regionais com um efeito estruturante nos setores da infraestrutura, do transporte e de energia.
Compõem a CEDEAO o Benim, o Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, a Gâmbia, o Gana, a Guiné, a Guiné-Bissau, a Libéria, o Mali, o Níger, a Nigéria, a Serra Leoa, o Senegal e o Togo.