Boeing aposta em pilotos-robôs e táxis que voam sozinhos

A Boeing está a adquirir a sua parceira de longa data Aurora Flight Sciences,

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ganhando assim um portefólio de tecnologia futurista que engloba por exemplo os táxis aéreos não tripulados que poderão um dia voar pelos céus das cidades com o selo da Uber Technologies.

Com esta aquisição, a Boeing está a apostar em aviões mais inteligentes, nos quais os algoritmos de computador e a inteligência artificial desempenham um papel cada vez mais importante na cabina de voo. A Aurora Flight Sciences lidera o ramo de voos autónomos com produtos como um co-piloto robótico e um software capaz de sensoriar as pistas de aterragem. “Não podemos prever como será esse futuro. Mas, independentemente da forma que será assumida pelas viagens, queremos ser líderes”, afirmou Greg Hyslop, director de tecnologia da Boeing, numa transmissão pelo Facebook após o anúncio da aquisição na passada quinta-feira, 5 de Outubro.

O acordo ressalta o foco da Boeing em transacções menores e direccionadas, enquanto concorrentes como a Northrop Grumman e fornecedores como a United Technologies procuram fusões de grande escala. A Boeing afirmou que a compra da Aurora, que tem sede em Manassas, Virgínia (EUA), e que conta com 550 funcionários, não afectará sua orientação financeira. Os termos do acordo não foram revelados no comunicado das empresas, na quinta-feira.

A Aurora projectou, produziu e operou mais de 30 veículos aéreos não tripulados desde a fundação da empresa, em 1989. As suas aeronaves usam tecnologia autónoma, incluindo percepção, aprendizagem automática e sistemas avançados de controlo de voo. Há por exemplo o Centaur, uma “aeronave opcionalmente pilotada”, e um co-piloto robótico que operou um simulador de voo do Boeing 737.

Táxi aéreo

Em Abril, a empresa operou com sucesso um protótipo de táxi aéreo que descola e aterra verticalmente, útil para chegadas e partidas em coberturas de edifícios. A Aurora pretende entregar 50 aeronaves do tipo até 2020 para serem testadas pela Uber Elevate, a iniciativa da empresa de boleias partilhadas voltada para carros voadores. A Uber, que também conta com a Textron e a Embraer como parceiras, vislumbra clientes urbanos a viajarem rapidamente com aeronaves chamadas através de computadores ou telefones celulares.

A autonomia terá que desempenhar um papel crucial se a tecnologia for bem sucedida, disse John Langford, CEO da Aurora, no webcast no Facebook. Para serem viáveis economicamente, as futuras frotas de táxis aéreos e drones envolverão redes de veículos com um único controlador que operará “dezenas” de aviões, disse ele.

A experiência da Aurora com aeronaves que voam sozinhas também beneficia a Boeing, que intensificou sua pesquisa na área num momento em que a escassez de pilotos ameaça limitar o crescimento das empresas aéreas. A fabricante de aviões com sede em Chicago estuda uma tecnologia baseada em inteligência artificial que permitirá que um único piloto se mantenha nos controlos durante um voo longo, um possível passo em direcção aos voos totalmente autónomos.

Quando a aquisição for finalizada, a Aurora irá transformar-se numa subsidiária da Boeing Engineering, Test & Technology conhecida como Aurora Flight Sciences, A Boeing Company. A empresa manterá um “modelo operacional independente”, afirmou a Boeing.

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