Cabo Verde com pouca força na CEDEAO devido à não regularização da taxa comunitária

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A não regularização da taxa comunitária por parte de Cabo Verde junto da CEDEAO tem impedido o País de participar activamente e com maior exigência nas decisões aprovadas pela comunidade.

A afirmação é do ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares, em conferência de imprensa concedia esta manhã à imprensa para fazer o balanço da participação de Cabo Verde na 62ª Cimeira da CEDEAO (Comunidade Económicas de Estados da África Ocidental), que teve lugar em Abuja no dia 4 de Dezembro.

“Cabo Verde devido ao atraso no pagamento da taxa comunitária não pode fazer muito finca-pé na questão de aprovação do orçamento ou outras decisões aprovadas pela comunidade”, disse, apesar de afirmar que a delegação cabo-verdiana na aprovação do orçamento com um aumento de 9% em relação ao ano 2022 alertou para a necessidade da contenção e despesas.

O governante cabo-verdiano, que justificou o aumento do orçamento da CEDEAO para 2023 com o aumento do custo de vida, sublinhou ainda que a verba que não foi ainda para a CEDEAO não foi para os bolsos dos governantes, mas traduzido em infra-estruturas, em condições de vida, na educação, na saúde e nas estradas.

“Por conseguinte temos de fazer também um balanço inverso e perguntarmo-nos sobre os investimentos que a CEDEAO fez nos últimos anos qual a percentagem investida em Cabo Verde”, questionou.

Apesar de tudo isso, Rui Figueiredo Soares é de opinião que o País deve fazer esforços para resolver uma “boa parte dessa dívida” já que a integração interessa também aos parceiros de Cabo Verde devido ao seu exemplo de boa governação e paz e possa ter voz activa na comunidade.

Ainda de acordo com o governante, as recomendações de Cabo Verde na Cimeira versaram a realização de prioridades com alguns projectos, entre os quais a questão do corredor Praia/Dakar/Abidjan e infra-estruturas de transição ecológica e digital.

A par isso, indicou que nesta Cimeira dos Chefes de Estado e Governo foi priorizado o debate sobre as questões da paz e segurança, o regresso à normalidade constitucional nos três países da CEDEAO que se encontram em situação de golpe de Estado, incentivando as autoridades de transição a voltarem o quanto antes à normalidade constitucional.

Analisou-se, segundo disse, a questão dos militares da Costa do Marfim detidos no Mali, assim como foi despachado uma missão do presidente do Togo para o Mali para ver se este consegue a libertação dos militares costa-marfinenses.

Na 62ª Cimeira dos Chefes de Estado e Governo da CEDEAO, frisou, foi ainda empossado o novo presidente da Comissão da CEDEAO, o gambiano Omar Touray.

Cabo Verde, segundo disse, manteve alguns contactos com colegas que participaram na Cimeira, em especial com o ministro togolês, Robert Dussey, relacionados com as questões das regiões de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS) em que o País pretende que o Togo venha assumir a presidência.

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