O Governo cabo-verdiano lançou ontem, na ilha do Sal, um projeto financiado pelo Banco Mundial em 28,5 milhões de euros, para durante cinco anos aumentar a diversidade e a resiliência na oferta turística.
O Projeto Turismo Resiliente e Desenvolvimento da Economia Azul em Cabo Verde foi apresentando no âmbito da 4.ª edição do Cabo Verde Investment Fórum (CVIF), que está a decorrer em Santa Maria, na ilha do Sal.
Orçado em 30 milhões de dólares (cerca de 28,5 milhões de euros), o projeto é financiado pelo Banco Mundial, cujo acordo de financiamento foi assinado pelo vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, e pelo diretor do Banco Mundial para Cabo Verde, Nathan Belete.
E conta ainda com mais cinco milhões de dólares (4,7 milhões de euros) do Programa Global para o Fundo Fiduciário Multidoadores da Economia Azul, para realizar investimentos numa primeira fase em quatro ilhas, nomeadamente Santo Antão, São Vicente, Sal e Santiago.
As intervenções vão incidir sobre as infraestruturas turísticas e de economia azul, melhorar a gestão inclusiva e sustentável do turismo, gestão de projetos, promoção de Cabo Verde como destino turístico, empreendedorismo, restauração do património, conectividade, assistência técnica.
O projeto arranca já este mês e está previsto terminar em 30 de junho de 2027, altura em que espera, entre outros, aumentar da despesa média diária de turistas em locais específicos, aumento do potencial de pernoitas turísticas, aumento das pequenas e médias empresas beneficiadas com contratos novos ou alargados para a cadeia de valor da hospedagem.
Para o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, o lançamento do projeto reveste-se de um “simbolismo muito forte”, destacando o facto de intervir em áreas prioritárias para o país.
O chefe do Governo recordou várias intervenções na requalificação urbana e ambiental financiadas pelo Fundo do Turismo, criado em 2017, para dizer que o projeto agora lançado vem reforçar o quadro de filosofia de intervenção e de criação de soluções infraestruturais.
“Hoje estamos a dar um passo importante que é também integrado dentro do apoio à retoma económica, porque esses investimentos são elegíveis para duas áreas importantes da economia cabo-verdiana, vai criar condições de investimentos para melhoria das condições de infraestruturas”, afirmou.
Ulisses Correia e Silva disse ainda que o projeto se integra dentro de um programa maior que é o Programa Operacional do Turismo (POT), de 200 milhões de euros de investimentos até 2026.
Com o lema “Cabo Verde is Open to the World” (‘Cabo Verde está aberto ao Mundo’), o Cabo Verde Investment Fórum (CVIF) pretende ser “um instrumento privilegiado de mobilização de investimentos para o setor privado cabo-verdiano”, promovendo o acesso dos empresários e promotores nacionais aos mercados de capitais nacionais e internacionais.
Nesta quarta edição, que decorre até sexta-feira, estão em destaque, como os principais eixos de desenvolvimento sustentável do país, os setores da Economia Digital, Economia Azul, Energias Renováveis, Transporte Marítimo e Aéreo, Serviços Financeiros, Agro-negócio e Turismo.
O fórum regressa ao país após duas edições realizadas no estrangeiro, sendo organizado pelo Governo, em parceria com a Cabo Verde Tradeinvest, entidade pública que promove a captação de investimento estrangeiro para o arquipélago.