Cabo Verde e Senegal acordam consultas regulares para reforço das relações políticas

Cabo Verde e Senegal

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assinaram ontem, na cidade da Praia, um acordo de cooperação para a criação de uma ligação marítima entre os dois países e comprometeram-se a fazer consultas regulares para reforço das relações políticas.

Estas foram as principais medidas saídas da reunião da VIII Comissão Mista Cabo Verde/Senegal, estrutura de cooperação que não reunia há 23 anos.

As consultas regulares assumirão a forma de seminários governamentais presididos pelos primeiros-ministros dos dois países, a realizar alternadamente na cidade da Praia e em Dacar.

Foi ainda rubricado um acordo para a realização de jornadas culturais mútuas com vista ao intercâmbio de artistas entre os dois países.

No final da reunião, que decorreu durante todo o dia de hoje, os ministros dos Negócios Estrangeiros do Senegal, Sidiki Kaba, e de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, sublinharam o que, consideram ser, um “momento histórico” para o reforço das relações entre os dois países.

“É um contexto histórico porque a comissão Cabo Verde/Senegal não se reunia há 23 anos. A jornada de hoje foi um grande passo no reforço das relações”, disse Sidiki Kaba.

O ministro senegalês assinalou a importância dos progressos alcançados antes da visita oficial ao Senegal do Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, no primeiro trimestre do próximo ano.

“Durante a visita deverão ser assinados outros acordos no domínio da agricultura, da pesca e do turismo”, disse.

Sublinhou, também, a vontade manifestada pelos dois governos de promoverem a integração das comunidades dos dois países.

“É um dia histórico, porque estamos a reunir a comissão mista 23 anos depois da primeira reunião que fizemos na Praia. É um momento importante”, disse, por seu lado, o ministro cabo-verdiano.

Luís Filipe Tavares destacou a assinatura do acordo para a criação de uma ligação marítima entre os dois países, sublinhando a sua importância para uma maior integração na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a que Cabo Verde quer presidir em 2018.

“A descontinuidade territorial é uma desvantagem para Cabo Verde no seu relacionamento com a CEDEAO, daí a importância desta ligação marítima. Será uma oportunidade para incrementar o turismo e o comércio de bens e serviços. As mercadorias já circulam, mas não a um ritmo que desejaríamos”, disse.

“O comércio de Cabo Verde com a CEDEAO é insignificante, cerca de 2 cento. Temos um caminho longo a percorrer”, acrescentou.

Adiantou que, ao abrigo do acordo, comissões técnicas dos dois países “vão trabalhar para montar o projeto e concretizar rapidamente a ligação”.

O Senegal é o principal vizinho e o país da CEDEAO mais próximo de Cabo Verde, mas as trocas comerciais entre os dois países são residuais, que não têm ligações marítimas regulares.

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