Cabo Verde vai lançar em breve o programa de atribuição de autorizações de residência “green card” para estrangeiros que invistam pelo menos 80.000 euros em imobiliário, adiantou em Londres o administrador do Instituto de Turismo de Cabo Verde.
Durante a participação na feira internacional World Travel Market (WTM), em Londres, o responsável, Francisco Martins, disse que a lei aprovada em 2018 foi finalmente regulamentada e pretende “atrair investimento a nível de turismo de residência”.
Atualmente, o Reino Unido é o principal mercado emissor neste segmento, adiantou.
Segundo Martins, nas principais cidades, nomeadamente Santiago, São Vicente, Sal e Boavista, o mínimo de investimento será de 120.000 euros em imobiliário para os estrangeiros obterem um visto de residência no país. Nas ilhas mais pequenas, como Brava, Maio ou São Nicolau, o mínimo de investimento será 80.000 euros.
A página eletrónica do programa já está disponível [https://e-residencia.gov.cv/pt/green-card] mas sem a possibilidade de fazer candidaturas.
O modelo do “green card” de Cabo Verde é o dos `vistos gold` em Portugal, admitiu Francisco Martins, que mostrou conhecer as críticas existentes à experiência portuguesa.
“Nós vamos tirar aquilo que é bom”, garantiu, confiante de que “há ganhos que se podem tirar com este programa” e que Cabo Verde oferece vantagens, como uma “democracia cimentada, um país agradável em termos de clima, sistema de saúde aceitável” e proximidade da Europa.
Outro exemplo que Cabo Verde está a seguir é o dos vistos para “nómadas digitais”, legislando um sistema que existe desde 2020 de vistos temporários e que beneficiou cerca de uma centena de candidatos.
“É um nicho que queremos aprimorar mais”, explicou o responsável, invocando um investimento na economia digital, com a abertura de dois parques tecnológicos, um na Cidade da Praia já no início de 2023, e outro em São Vicente, em data por determinar.
Segundo o administrador do Instituto de Turismo de Cabo Verde, existem “expectativas boas em termos de retoma” do setor do turismo, que representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e que em 2020 sofreu uma quebra de 75% no número de visitantes devido à pandemia de covid-19.
O Reino Unido é o principal mercado emissor de turistas no país, seguido por Portugal, Alemanha, Países Baixos e França, de acordo com os dados do segundo trimestre de 2022 do Instituto Nacional de Estatística.
O WTM em Londres, que decorre entre hoje e quarta-feira no centro de exposições ExCeL, é uma das maiores feiras internacionais dedicadas ao turismo, atraindo em média mais de 50.000 visitantes anualmente.