Para 2022, o crescimento económico de Cabo Verde deverá situar-se entre os 10 e os 15%. O anúncio foi feito no dia 30 de dezembro de 2022, pelo vice-primeiro-ministro Olavo Correia, também ministro das Finanças.
“A economia vai crescer este ano, com grande probabilidade, acima de 10%. As nossas últimas previsões apontam finalmente para entre os 10 e os 15%, mas o mais seguro é ficar nos 12% ”, afirmou em conferência de imprensa na Praia.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou no dia 28 que o crescimento voltou a acelerar no terceiro trimestre para mais de 17%, depois de ter atingido 16,8% no primeiro trimestre e 17,7% no segundo trimestre.
Em 2020, Cabo Verde viveu uma recessão histórica, equivalente a 14,8% do seu PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021, impulsionado pela recuperação da procura turística no quarto trimestre.
Diante das consequências econômicas causadas pelo conflito na Ucrânia, o governo revisou sua previsão de crescimento econômico em 2022 de 6% para 4%, mas no final de outubro revisou sua projeção em alta para pelo menos 8%, levando em consideração a forte demanda turística.
O orçamento para 2023 está estimado em 77 mil milhões de escudos (692 milhões de dólares) e as autoridades esperam um crescimento entre 4 e 5%.
Embora a recuperação tenha sido significativa em 2021, com um crescimento estimado em 6,9%, Cabo Verde voltou a ser fortemente afetado pelos impactos da guerra na Ucrânia. A inflação subiu fortemente em 2022, 6,5% na média anual) contra 2,3% previstos há alguns meses pelo FMI, apesar dos mecanismos de controle instituídos pelo governo para conter o aumento dos preços.
O país implementou vários planos de desenvolvimento económico como o Plano Estratégico para o Desenvolvimento Sustentável (PEDS), cuja primeira fase decorreu no período 2017-2021, e permitiu um desenvolvimento económico significativo antes de ser travado pela crise da covid. A segunda fase do PEDS está sendo desenvolvida para o período 2022-2027. Os eixos principais do desenvolvimento econômico dizem respeito a (i) diversificação econômica e fortalecimento do turismo; (ii) o desenvolvimento da economia verde e azul; (iii) o desenvolvimento da economia digital.
O arquipélago, isolado, sem recursos naturais e pobre em água doce, é largamente dependente do exterior quer pelos seus recursos financeiros (principalmente transferências da diáspora que representaram 16% do PIB em 2021, e ajuda ao desenvolvimento, estimada em 12,4% do PIB no mesmo ano) e por seus suprimentos (déficit comercial estrutural, que chegará a 29,5% do PIB em 2021).
Devido à fragilidade das atividades de origem doméstica, o PIB é dominado pelo turismo e comércio importador, setores fortemente impactados pela crise sanitária. Cabo Verde conseguiu, no entanto, estabelecer-se em certos aspectos como um modelo na África Ocidental.
