Chefe do Governo aceita demissão do ministro do Turismo e Transportes

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O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje que aceitou o pedido de demissão do ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, na sequência de este ter sido constituído arguido num eventual processo de lavagem de capitais.

“Confio nas palavras sinceras do Carlos Santos e nas evidencia que ele apresentou relativamente ao caso em que foi envolvido e apelo que não se faça julgamento e nem condenação na praça pública”, afirmou o chefe do Governo, na sua página oficial da rede social Facebook, acrescentando que a constituição de arguido “não significa culpabilidade e muito menos condenação”.

Para Correia e Silva, a justiça será feita nos tribunais, e agradece a “dedicação e a competência” com que Carlos Santos desempenhou, enquanto ministro do Turismo e Transportes, contribuindo para a “retoma e crescimento do turismo pós pandemia da Covid-19, e para a estabilização do sector dos transportes aéreos inter-ilhas, que brevemente estará a receber novos aviões”.

Numa declaração à imprensa hoje, a propósito do caso que o levou a demitir-se do cargo governamental, Carlos Santos explicou que, em 2014, o advogado Amadeu Oliveira, com quem teve uma relação de “amizade e confiança” desde os tempos da universidade, sabendo que tinha uma conta bancária em Portugal, pediu-lhe se poderia receber nesta conta bancária uma quantia de 25 mil euros, ou seja, cerca de 2.700 contos cabo-verdianos, de um cliente a quem ele teria prestado serviços de advocacia.

Disse que aceitou o pedido com base na relação de confiança e pelo facto de se tratar de um advogado.

“Disse-lhe que eu poderia devolver o valor aqui em Cabo Verde, e assim fiz, e devolvi o valor através da banca, às contas indicadas pelo doutor Amadeu Oliveira, de pessoas bem identificadas”, afirmou Carlos Santos.

A mesma fonte revelou que na semana passada foi notificado pela Procuradoria, que o confrontou com suspeitas de lavagem de capital em torno dessa operação bancária.