Diretor da IATA critica China e Japão pelo atraso na recuperação da aviação asiática

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Willie Walsh, diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, em inglês) pediu aos governos da Ásia e da Oceania para que flexibilizem as regras de entrada nos países como forma de acelerar a recuperação da aviação na região, com especial ênfase em China e Japão. A declaração ocorreu durante o Changi Aviation Summit, evento realizado em Maio em Singapura.

De acordo com o diretor, a região Ásia-Pacífico está a tentar retomar as viagens após a fase aguda da pandemia, mas um novo impulso restritivo de viagens está em andamento.

“A demanda de pessoas para viajar é clara. Assim que as medidas são afrouxadas, há uma reação positiva imediata dos viajantes. Portanto, é fundamental que todas as partes interessadas, incluindo os governos, estejam bem preparadas para o reinício. Não podemos atrasar. Os empregos estão em jogo e as pessoas querem viajar”, ​​disse Willie Walsh em seu discurso no evento.

A demanda internacional de passageiros na região Ásia-Pacífico em março atingiu 17% dos níveis pré-COVID, depois de ter ficado abaixo de 10% na maior parte dos últimos dois anos.

“Isso está muito abaixo da tendência global, onde os mercados se recuperaram para 60% dos níveis pré-crise. O atraso é por causa das restrições impostas por governos. Quanto mais cedo elas forem retiradas, mais cedo veremos uma recuperação no setor de viagens e turismo da região e todos os benefícios económicos que isso trará”, reforça Walsh.

O executivo pediu aos governos da Ásia-Pacífico que continuem flexibilizando as medidas e normalizando as viagens aéreas, removendo todas as restrições para viajantes vacinados. Para passageiros não-vacinados, a IATA defende que testes e quarentenas sejam dispensados para os viajantes vindos de países com altos índices de imunização, situação da maior parte da Ásia.

A IATA também quer o fim da obrigatoriedade das máscaras em países que já as dispensaram em ambientes internos e no transporte público.

“Apoiar e, mais importante, acelerar a recuperação exigirá toda uma abordagem da indústria e do governo. As companhias aéreas estão a trazer de volta os voos. Os aeroportos precisam ser capazes de lidar com a demanda. E os governos precisam ser capazes de processar as autorizações de segurança e outras documentações para o pessoal-chave com eficiência”, declarou Walsh.

China e Japão

Walsh criticou duramente China e Japão como responsáveis pelo atraso da recuperação regional.

“Enquanto o governo chinês continuar mantendo essa abordagem zero-COVID, é difícil ver as fronteiras do país reabrindo. Isso impedirá a plena recuperação da região”, disse o diretor.

Sobre o Japão, o executivo disse que, embora o país tenha tomado medidas para permitir viagens, não há um plano claro para a reabertura das fronteiras para todos os visitantes ou turistas que chegam.

“É preciso fazer mais para facilitar as viagens aéreas, começando com o levantamento da quarentena para todos os viajantes vacinados e removendo o teste de chegada no aeroporto e o limite diário de chegada. Exorto o governo do Japão a tomar medidas mais ousadas para a recuperação e abertura das fronteiras do país”, disse Walsh.

 

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