(Santo Antão) já se ressente da seca que afecta a ilha obrigando os criadores de gado a baixar a produção devido à escassez do leite, conforme indicou a direcção dessa unidade agro-alimentar.
Esta fábrica, que retomou a actividade há cerca de um ano, depois de um período de paralisação de três anos, por dificuldades financeiras, trabalha actualmente com 60 criadores que disponibilizam, diariamente, 700 litros de leite para a produção de mais de 300 queijos.
Acontece que, com a falta de pasto, que resulta do mau ano agrícola, os criadores não têm conseguido fornecer a quantidade de leite habitual, facto que tem levado a fábrica de queijo a baixar a sua produção, segundo a responsável da unidade fabril, Flávia Silva.
Flávia Silva, sem avançar pormenores relativos à diminuição da produção, garantiu que a direcção da fábrica de queijo está disponível para trabalhar com os criadores de gado com vista a conseguirem ração animal a um preço baixo no mercado e repor a produção do leite.
A responsável acredita que o programa de emergência para a salvação do gado e mitigação dos efeitos da seca, a cargo do Governo, pode ajudar os criadores a salvar os seus animais e retomar a produção de leite, estando a direcção da fábrica disponível para apoiar também os criadores a conseguirem ração a um custo acessível.
Contudo, os criadores de gado lamentam que muitas cabras, dado o seu estado nutricional e por debilidade física, têm estado a morrer na fase final de gestação.
A quebra na produção do leite no Porto Novo acontece numa altura em que a fábrica de queijo estava a recuperar a dinâmica no mercado nacional, após a sua reabertura em Dezembro de 2016.
A nível do mercado, este centro agro-alimentar, instalado em 1998, no quadro da cooperação luxemburguesa, tem incidido, até agora, em nas ilhas de Santo Antão, São Vicente e do Sal, perspectivando, em breve, chegar, também, a Santiago.
Essa unidade fabril, adquirida, em 2016, ao Estado de Cabo Verde, pelos empresários João Santos e Pedro Santos, naturais da Ribeira das Patas, no Porto Novo, produz queijos (frescos e curados), requeijão e charcutarias (derivados frescos e fumado).
Além do mercado nacional, este centro agro-alimentar pretende chegar também à diáspora cabo-verdiana, com os chamados “produtos de saudade”.