O Governo vai, em Fevereiro, lançar a “Marca Cabo Verde” para reforçar a promoção do destino turístico cabo-verdiano, com olhos postos na competitividade e no crescimento do sector de forma mais sustentável.
O anúncio foi feito pelo ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, em entrevista à Inforpress, tendo o governante explicado que a “Marca Cabo Verde” vai na esteira daquilo que é a visão do Executivo e aquilo que está consubstanciado nos documentos principais estratégicos do turismo.
“Vai ser uma nova lufada de ar fresco para a promoção do país lá fora. E fazemos isso partindo do princípio de que nós temos que olhar cada vez mais para a qualidade do turista, olhando também para aquilo que é o potencial que nós temos, o que está por descobrir, que são todos os outros nichos de turismo que nós podemos desenvolver”, adiantou.
Para já o ministro fala do turismo da natureza, o turismo dos grandes eventos que, afirma, também vai ganhando força, o turismo urbano e o turismo de circuito, precisamente para complementar com aquilo que é o maior produto, que é o turismo de sol e praia.
“Fazendo essa composição, criando este grande puzzle do turismo, nós estaremos a dar robustez ao turismo, estaremos a diversificar e estaremos, inevitavelmente, a ganhar competitividade e a crescer. E a crescer de uma forma mais saudável e a fazer com que haja uma maior utilização de recursos endógenos na cadeia do turismo”, explicou.
Carlos Santos indicou que para o ano 2024 há um conjunto de outras medidas, designadamente medidas legislativas, como sejam a implementação da regulamentação do alojamento complementar ou o chamado turismo residencial, e também a nível do turismo náutico.
“Vamos dar passos para clarificar as competências, atribuições das várias instituições. Vamos trabalhar também a nível dos percursos pedestres de interesse turístico. Como sabe, nós publicamos um decreto-lei muito recentemente, vamos também apresentar a sua regulamentação”, adiantou.
O ano de 2024 será também da implementação do Programa Operacional do Turismo, que tem nas infraestruturas turísticas o seu principal pilar, e que envolve um pacote financeiro “muito interessante” para desenvolvimento de muitos projectos, nomeadamente o projecto de valorização das aldeias turísticas com o rearranjo e a requalificação de cerca de 18 aldeias, na lógica de criar esse destino de turismo de natureza.
Carlos Santos falou ainda de importantes pacotes para os projectos de restauro dos caminhos vicinais, ou seja, os percursos pedestres com interesse turístico e um projecto de sustentabilidade turística nas ilhas do Sal e da Boa Vista, que tem em vista, no fim último, declarar essas duas ilhas como ilhas ou destinos sustentáveis.
Conforme dados ainda não oficiais, Cabo Verde recebeu em 2023 mais de 900 mil turistas, superando em cerca de 12% os números de 2019, que tinha sido o melhor ano de sempre para o sector turismo em Cabo Verde, dados que na perspectiva do ministro demonstram que o ano ora findo foi muito positivo para o sector do turismo.
Dados de 2019 apontavam que o turismo representa cerca de 25% do PIB, ou seja, da riqueza criada anualmente e que cerca de 20% dos empregos em Cabo Verde estão relacionados com o turismo.