Gualberto do Rosário, Presidente da Câmara de Turismo de Cabo Verde, manifestou-se contra a medida anunciada pelo governo de supressão de vistos para cidadãos europeus do espaço Schengen e do Reino Unido. O presidente da Câmara do Turismo tinha-se posicionando a favor desta mediada do Governo de Ulisses Correia e Silva. Mas recentemente na sua página de facebook alegou, que não pode continuar a apoiar esta mediada depois de ter lido as declarações do Embaixador da União Europeia sobre o assunto.
No seu entender, defendeu a supressão de vistos para os cidadãos europeus do espaço Schengen porque lhe venderam um peixe: a reciprocidade.
Ou seja, que ia acontecer em três etapas: a primeira, a supressão unilateral por parte de Cabo Verde; a segunda, um programa de assistência técnica e financeira, garantido pela União Europeia, para a securização das nossas fronteiras; a terceira, a supressão de vistos pela Europa do espaço Schengen, à cidadãos cabo-verdianos. E vendeu esse peixe a muita gente, por isso pede desculpas.
Para Gualberto do Rosário, o país não se pode dar ao luxo de perder 20 milhões de euros resultantes dos vistos à turistas, tendo apenas como argumento o turismo. E não se pode invocar o turismo, como argumento. A não ser que existam outras medidas associadas, como por exemplo a introdução do low cost nas viagens aéreas. Mas, neste caso, precisa-se conhecer as reais e completas intenções do governo, assim como o cronograma de execução das medidas, e no que diz respeito ao turismo, a supressão de vistos parece nada de novo acrescentar, para além da perda de receitas fiscais expressivas (sem qualquer contrapartida). Reconheceu que, embora a finalidade do visto não seja a angariação de receitas fiscais, a boa verdade é que Cabo Verde não pode dar-se ao luxo de perder 20 milhões de Euros por ano, sem ganhos de valor superior.