Guias turísticos alertados pelos turistas sobre “más condições” de saneamento básico na ilha

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Os guias turísticos em Santo Antão têm sido alertados pelos turistas que chegam à ilha sobre “as más condições” de saneamento básico nos três municípios desta região que, em 2017, recebeu 26 mil visitantes. O porta-voz dos guias turísticos, João Neves, disse à Inforpress que têm sido “constantemente chamados a atenção” pelos turistas sobre a necessidade de as autoridades municipais construírem sanitários públicos nos diferentes pontos da ilha.

“Estamos a enfrentar um grande problema em relação a casas de banhos em todos municípios de Santo Antão. Eu e meus colegas já fomos chamados atenção, muitas vezes, pelos turistas por causa da falta de casas de banhos, sobretudo no Planalto Leste”, adiantou. Segundo João Neves, os turistas alegam que pagam uma taxa de 220 escudos por noite e acham que “deve haver verbas para construir casas de banho públicos”, nesta ilha.

Os guias turísticos em Santo Antão alertam ainda para a situação dos caminhos vicinais que, durante as recentes chuvas, foram danificados. “Temos que criar condições para que possamos corresponder às necessidades dos milhares de turistas que chegam a Santo Antão todos os anos. Neste caso, precisamos da ajuda do poder local sobre a melhoria das condições do saneamento e dos percursos turísticos”, avançou.

O alerta dos guias turísticos surge a menos de um mês do arranque da época alta do turismo em Santo Antão, ilha que oferece como principal produto turístico o trekking, ou seja, caminhadas em trilhas na procura do contacto com a natureza. Os operadores turísticos em Santo Antão preparam a época alta do turismo nesta ilha, que decorre entre Outubro e Maio, a qual deverá ser marcada pela diversificação da oferta.

Além do trekking, até agora, o principal produto turístico de Santo Antão, os operadores começam a apostar, também, na promoção do canyoning e mergulho, diversificando, assim, a oferta. Apesar do crescimento registado nos últimos anos, o turismo em Santo Antão, marcado pelo “problema da sazonalidade”, está ainda longe  de assumir o papel de “motor do desenvolvimento” desta ilha, no entender das autoridades ligadas ao sector, que defendem a aposta em outros mercados, que não sejam apenas o europeu.

A Associação do Turismo de Santo Antão defende a necessidade se de apostar em mercados na costa ocidental da África, como forma de contornar o problema de sazonalidade que caracteriza a actividade turísticas nesta ilha,  posição partilhada pela Câmara do Turismo de Cabo Verde (CTC). O mercado da costa ocidental de África, designadamente do Gana, Costa de Marfim e do Senegal, é “extremamente importante” para Cabo Verde e será de “maior importância” para Santo Antão, visitado sobretudo por turistas do Norte da Europa, segundo o vice-presidente da CTC, Eugénio Inocêncio.

Dos cerca de 716 mil turistas que entraram em Cabo Verde em 2017, apenas 26 mil visitaram Santo Antão, facto que, segundo os operadores, demonstra que “há ainda muito trabalho a fazer” para que esta ilha se assuma, de facto, como um destino, opinião.

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