Abuso e exploração sexual, mendigagem, álcool e outras drogas”, foi tema hoje de uma conferência, promovida pelo Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), na ilha do Sal.
Orientada pelo secretário da Câmara do Turismo de Cabo Verde, Humberto Lélis, a actividade insere-se no âmbito do II Encontro Nacional de Técnicos do ICCA para avaliar o Plano de Actividades de 2017, capacitar os delegados e redefinir estratégias de actuação, que vinha decorrendo na ilha, há três dias.
À margem da sua comunicação, e enquanto membro da Câmara do Turismo, Humberto Lélis disse que a preocupação maior tem a ver com uma aposta “forte” na qualidade, na valorização dos recursos tangíveis, os recursos naturais, praias, paisagens e montanhas, mas também na valorização dos recursos intangíveis, a cultura, história… com vista a ajudar a resolver as questões de ordem social.
“A abordagem do nosso turismo deve ser essencialmente nova, na perspectiva da melhoria da qualidade, já que a qualidade é que poderá permitir Cabo Verde trazer segmentos de mercado importantes”, ponderou.
Neste contexto, apontando que nesse momento Cabo Verde centra-se, “fundamentalmente” no segmento médio/baixo europeu, Humberto Lélis, disse que o “grande” desígnio será de o país poder centrar-se no segmento médio/alto europeu e, a partir daí, conseguir, “de facto”, ter um produto de qualidade, conferindo as famílias melhores rendimentos e condições de vida.
“Acreditamos que a questão da infância e da adolescência deve centrar-se a nível da família. E, quando abordamos a questão da família, não há solução possível a nível da inclusão social que não seja através da política de rendimentos”, defendeu Humberto Lélis, destacando que dentro da abordagem da qualidade, a formação profissional é determinante.
“A formação profissional é melhoria da qualidade, que deve conferir melhores condições de acesso ao mundo do trabalho, da carreira profissional, conferindo melhor condições de trabalho e de empregabilidade, melhores rendimentos, daí melhores condições para que os pais possam assumir, na íntegra, as responsabilidades da educação dos filhos”, apontou.
Por outro lado, instado a se pronunciar sobre os rumores de exploração e turismo sexual em Cabo Verde, Humberto Lélis disse simplesmente: “Esses relatos não passam de meros relatos. Não temos informações concretas e precisas em relação à questão do turismo sexual incidente sobre a criança. Esse problema não atinge Cabo Verde… pelo menos por agora”, concluiu.