– um velociraptor, para sermos mais precisos – e ver a bagagem arrumada por uma pinça gigante? Seja bem-vindo ao hotel do futuro, no Japão, onde todos os empregados são robôs.
As portas abrem-se e os hóspedes deparam-se logo com um dinossauro com chapéu e colarinho brancos, que entre piadas dá as boas-vindas e conversa em japonês. Ao seu lado está Yumeko, um manequim falante, de pele perfeita e olhos penetrantes.
Tudo se passa no Henn-na Hotel, em Sasebo, na prefeitura de Nagasaki na ilha de Kyushu, no Japão, onde o hotel funciona quase inteiramente através de robôs, apresentando-se como o mais eficiente do mundo. E porquê?
Em vez de uma equipa da limpeza, há aspiradores automáticos; há máquinas que tratam da jardinagem, uma orquestra do tamanho de brinquedos e pinças robóticas em forma de braço – normalmente utilizadas em linhas de produção do setor automóvel – responsáveis pela bagagem. Já para não falar dos cerca de 250 robôs experimentais, inspirados em Wall-E, Johnny 5, Marvin, o Androide Paranoide, e no coelho das pilhas Energizer.
E são mesmo poucos os seres humanos pelo hotel. No check-in, é dado aos hóspedes um papel com o número do quarto (não há chaves), e um carrinho motorizado, que transporta a bagagem, e os encaminha. Em vez de chave, a entrada é feita por reconhecimento facial.
Os quartos são simples – para surpresa de muitos, não está repleto de tecnologia recente ou invulgar. A única exceção são as luzes, que são automáticas e reconhecem os passos e os gestos.
«Isto é o futuro», afirma o porta-voz do hotel, Allen Jongkeun Lee – um dos poucos membros da equipa que monitora os níveis de serviço por trás da «cortina mágica». «Não há custos de pessoal, não há falhas, ninguém trabalha como rececionista ou porteiro. Isso traz-nos custos mais baixos para nós e para os hóspedes – aqui não há lugar a gratificações».