Luta contra a poluição plástica: como o Ruanda teve sucesso onde os seus vizinhos africanos falharam

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Acabar com a poluição plástica. Vários países africanos, com excepção da Ruanda, assumiram este desafio sem realmente conseguirem ultrapassar esta catástrofe ambiental silenciosa, mas muito visível.

Explicações.

No Senegal, captura-se mais plástico do que peixe. A imagem, talvez exagerada, não reflete a existência da lei em vigor desde 2020 que proíbe produtos plásticos de utilização única, como copos, tampas, pipetas, etc.

No país de teranga, dos “100 quilos de resíduos, 60 são de plástico”, reconhecem as próprias autoridades senegalesas.

Segundo o Greenpeace, “a luta contra a poluição plástica é titânica no Senegal, porque os sacos de plástico, ou mbouss em wolof, estão espalhados pelas ruas, praias e em abundância nos mercados e lojas”. Numa publicação datada de abril de 2021, a organização reconhece, no entanto, que“ graças à lei de 2020, nos supermercados e farmácias, o plástico deu lugar ao papel”.

Um resultado péssimo, comparado às expectativas. Um pequeno consolo para os senegaleses: em quase toda a África, o plástico resiste às leis. Muito antes do Senegal, a Mauritânia já proibiu, em 2012, a importação, o fabrico, a comercialização e a utilização de sacos de plástico sem que isso desses resultados convincentes.

Mali, Burkina Faso, Costa do Marfim… a lista é longa, há muito tempo que lutam em vão para acabar com a poluição plástica. No entanto, este objectivo está longe de ser uma fantasia. Ruanda teve sucesso neste desafio.

Mas como a terra das mil colinas conseguiu superar esta catástrofe silenciosa? Os estrangeiros que visitam o país podem constatar isso na chegada. Tudo começa no aeroporto, onde os sacos plásticos descartáveis ​​dos viajantes são imediatamente apreendidos para serem incinerados posteriormente.

Dentro do país, em Kigali, por exemplo, considerada uma das cidades mais limpas da África, os controles são muito rígidos. Os recalcitrantes são duramente reprimidos. As sanções podem ir até ao encerramento de lojistas locais, por exemplo. Tolerância zero acompanhada por um trabalho de campo comunitário muito popular neste país da África Oriental.

Uma vez por mês, os ruandeses saem às ruas, não para se manifestarem contra o seu presidente, Paul Kagame, no poder desde Março de 2000, mas sim para recolherem os raros resíduos espalhados em espaços públicos. Chamado Umuganda, este dia pretende mobilizar a todos. Quem se recusar a participar será multado.

Uma façanha num mundo que está afogado em plástico. Conforme o relatório Global Plastics Outlook da OCDE, a produção mundial anual de resíduos plásticos duplicou, passando de 180 milhões para mais de 350 milhões de toneladas. Felizmente, acrescenta a organização, “ a crescente consciência da omnipresente poluição plástica orientou a opinião pública e abriu caminho para uma intervenção política mais forte nesta frente”.

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