O ministro do Turismo, Transportes e da Economia Marítima, José Gonçalves, disse na Cidade da Praia, que aspecto ambiental é o “calcanhar de Aquiles” do turismo em Cabo Verde.
José Gonçalves falava durante o encontro de socialização da proposta de estatutos do Instituto do Turismo de Cabo Verde, nas instalações da Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde.
Segundo o governante, tem-se reparado, mesmo em ilhas como o Sal, em que predomina o turismo de massa e de grande escala, que o “calcanhar de Aquiles” é o aspecto ambiental, no seu “lacto sensu”, que também inclui o próprio saneamento, resíduos sólidos, por exemplo.
Ainda na ilha do Sal, José Gonçalves referiu que se tem notado “alguns fenómenos” merecedores de atenção, nomeadamente o aparecimento de moscas perto de unidades hoteleiras.
“A mosca é um mau sinal”, pontuou o ministro, para quem estas resultam, precisamente, de hábitos de pessoas que estão a cultivar e criar porcos em pocilgas que não estão “suficientemente distantes”.
Por isso, defendeu o titular da pasta do Turismo que as autoridades responsáveis devem tomar cuidado com isso.
“Já chega a rajada de vento que traz arreia e pó”, ajuntou José Gonçalves, completando que já se está a trabalhar, juntamente com os parceiros, na resolução deste impasse.
Quanto ao Instituto do Turismo de Cabo Verde, cujo diploma para a sua criação será levado ainda ao Conselho de Ministros, informou que há cerca de dois anos e meio se está a “labutar” para a sua implementação.
“Por alguma razão não estava a pegar a engrenagem, mas, finalmente, chegamos hoje a este ponto”, acrescentou a mesma fonte, frisando que “o turismo em Cabo Verde é de extrema importância para a economia”.
Aliás, José Gonçalves lembrou que os últimos dados mostram que ronda os 25% do PIB nacional o que, no seu ponto de vista, “é muito expressivo”.
“Certamente, o turismo é muito importante para nós. O que se tem revelado, através dos tempos, é que o turismo tem-se desenvolvido, de certa forma, apesar das nossas tímidas iniciativas (….) ”, ajuntou.
Mais adiante, afirmou José Gonçalves que, desde os anos 90, existe “um vazio periclitante” do turismo que “já hoje não há nenhuma desculpa” para justificar porque é que não há nenhuma instituição no sector do peso que este representa na economia cabo-verdiana.
Posto isso, garantiu o ministro que se vai apresentar “uma proposta arrojada” à altura daquilo que é a economia do país.
Quanto às dúvidas que poderão vir a surgir, nomeadamente em relação aos papéis do Instituto do Turismo de Cabo Verde e do já existente Cabo Verde Trade Invest, José Gonçalves assegurou que não haverá “nenhuma incompatibilidade” entre as duas instituições, mas sim “complementaridade”.
“A Trade Invest promove tudo o que é investimento, não é por sector. Ao paço que o Instituto do Turismo só concentra no Turismo”, disse.