A organização e os expositores presentes na 10ª edição da Feira dos produtos ligados ao mar (Expomar) mostraram-se satisfeitos com os contactos e a possibilidade de dar a conhecer melhor as suas empresas.
No último dia do evento, iniciado na quinta-feira, 21, no Mindelo, a presidente da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), Angélica Fortes, fez à imprensa um “balanço extremamente positivo” pela dinâmica vista.
“O que observamos é que esta feira, de pequena dimensão, mas com uma grande importância e que dinamizou esta ilha nestes três dias”, sublinhou a promotora, para quem mais esta edição terminou com “sucesso”.
Angélica Fortes asseverou ter recebido também um ‘feed back’ positivo dos expositores, que, além da mostra em si, ressaltaram a oportunidade de contactos e as conferências realizadas pela Câmara de Comércio do Barlavento (CCB), com diversos temas baseados no mar.
Toda uma programação, que, segundo a mesma fonte, “permitiu fluir uma série de contactos, com perspectivas de concretização em negócios”.
Do lado dos expositores, o técnico de transformação de pescado, Walter Silva, em representação do Instituto do Mar (IMar), confirmou também um “impacto bastante positivo” com os produtos transformados à base do pescado, apresentado após dois anos de interregno, e para os quais têm recebido encorajamento para serem colocados no mercado.
Algo que não deverá tardar, porque o IMAR, conforme a mesma fonte, tem vindo a trabalhar nesta tecnologia há já algum tempo e agora estão com os protocolos de produção “bem delineados” e que permitirá futuramente passar a tecnologia para privados.
No leque dos produtos, o instituto público apresentou chouriços e presuntos de peixe, peixe defumado e ainda o “basturma”, iguaria de origem alemã feita com carne de porco, mas cuja tecnologia foi transferida para o pescado.
“Para as pessoas ficarem a conhecer outras valências da nossa instituição, que além da investigação científica, oceanográfica e da marinha, tem um departamento de desenvolvimento tecnológico para valorização de produtos de pesca”, sustentou Walter Silva.
Quem também viu a Expomar como uma “grande oportunidade” é o coordenador da travessia a remo São Vicente – Santo Antão (Remex), Aníbal Delgado, participante na feira pela primeira vez através de um convite feito pela organização.
O também nadador-salvador se congratulou por poder dar a conhecer mais ao público mindelense esta prova feita há já sete anos.
Igualmente estreante, o mentor da empresa Turtle House enalteceu também a possibilidade de informar aos visitantes mais sobre a iniciativa de mergulho com tartarugas, na baía de São Pedro, São Vicente, que disse ter iniciado, juntamente com um colega, em 2017.
Jairson Rocha criou a sua micro-empresa em 2018, que agora emprega seis pessoas, e que foi dada a conhecer na Expomar através dessa “oportunidade incrível”.
Entretanto, a presidente da FIC, Angélica Fortes admitiu haver ainda “muitos constrangimentos”, entre estes, um espaço próprio de que ainda não dispõem, e que os obrigou a realizar a feira em tendas instaladas no Porto Grande do Mindelo, com a ajuda da empresa gestora dos Portos (Enapor).
Mais ainda, sublinhou, persistem desafios relacionados com a participação dos expositores nacionais, como algumas empresas de outras ilhas a quererem participar, mas que não foi possível devido às condições financeiras.
“Mas, anualmente, vamos tentando desafiar essas dificuldades e fazer que a feira aconteça e não caia”, realçou, com a ideia da Expomar ser neste momento um “compromisso” com os expositores e público mindelense e constante da agenda anual da FIC.