O Plano de retoma e estabilização da TACV para o período 2022/23, aprovado por unanimidade em Assembleia-geral, realizada quarta-feira, prevê voos para Boston, Paris e Brasil e aquisição de três aviões em regime de leasing operacional.
A informação foi avançada hoje pela presidente do Conselho de Administração da Transportadora Aérea Cabo-verdiana (TACV), Sara Pires, indicando que o plano prevê a retoma das operações e estabilização da empresa a nível financeiro e a sua preparação para uma nova privatização.
“Nós apresentamos as rotas que consideramos rentáveis para a empresa, o nosso plano de retoma, que será iniciado de forma muito tímida porque estamos num contexto de pandemia e de muitas incertezas. Portanto, não convém iniciarmos de uma forma brusca para depois termos interrupções e não conseguirmos ajustar a retoma quando houver algum conveniente”, explicou.
“Nós também apresentamos aos accionistas qual a perspectiva em relação às frotas. A entrada de novas aeronaves, em que datas e as rotas que vamos introduzir de forma gradual”, acrescentou.
A operação foi iniciada no dia 27 com a ligação Lisboa/Praia devendo ser complementada já no dia 03 de Janeiro com uma ligação Praia/Lisboa.
As próximas rotas a serem adicionadas são a rota Lisboa/Mindelo e Sal/Lisboa. Para o segundo trimestre de 2022 está previsto o início das ligações Boston/Praia.
O plano, segundo Sara Pires, é ir introduzindo as rotas que a TACV anteriormente operava nomeadamente para o mercado do Brasil e também Paris.
A questão do saneamento financeiro, a necessidade de refinanciar a empresa para que enquanto não tiver receitas suficientes para cobrir os custos operacionais, possa ter recursos financeiros disponíveis para honrar os compromissos foi outro assunto discutido na reunião dos accionistas.
A empresa prevê recorrer, em 2022, a empréstimos bancários, com aval do Governo, para ter recursos para cobrir as despesas até a estabilização da companhia.
Neste momento a empresa está a operar com uma aeronave em regime de ‘wet leasing’, dado que a tripulação da empresa não está certificada para realização dos voos tendo em conta o longo período de 19 meses de paragem.
“A nossa tripulante tem de fazer um ‘refresh’ para voltar a ter certificado. É um processo que leva algum tempo e enquanto isso não acontecer nós vamos estar em regime de ‘wet leasing’”, disse prevendo que até Março a tripulação da empresa esteja preparada e certificada para realizar os voos.
Sara Pires prevê que até ao final de 2023 a empresa vai estar a operar com três aparelhos em regime de leasing operacional.
“Vamos introduzir os aparelhos de forma gradual. Inicialmente estamos a operar com um aparelho. Devemos antes do início do Verão ter um novo aparelho na frota e no início de 2023 ter um terceiro aparelho. Isto tendo sempre em conta a questão da pandemia, perspectivando que haverá uma evolução positiva do mercado. Em último caso, estaremos a trabalhar com dois aparelhos”, indicou.
A intenção da TACV, segundo a presidente Sara Pires, é de prestar um serviço de qualidade, informando os passageiros de forma atempada as alterações.
“Comunicar sempre aos passageiros porque só comunicando as pessoas conseguem perceber e serão mais compreensíveis quando as coisas não correm como planeado”, disse frisando que, sobretudo, em tempo de pandemia sempre poderão surgir imprevistos.