Primeiro-Ministro de Cabo Verde quer mais investimento português em áreas além do turismo

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primeiro-ministro de Cabo Verde

O primeiro-ministro de Cabo Verde apelou hoje em Santa Maria da Feira a um reforço do investimento português nesse país africano, anunciando medidas de apoio aos empresários que aí queiram investir em mais do que a “monocultura” do turismo.

Ulisses Correia e Silva abordou o tema em Santa Maria da Feira, no Centro de Congressos Europarque, onde hoje decorre a primeira edição do Fórum Económico Portugal-Cabo Verde e foram também inauguradas novas delegações de duas estruturas apostadas nessa parceria internacional: a Cabo Verde Global Business e a Câmara de Comércio, Turismo e Indústria Portugal-Cabo Verde.

“É importante que possamos atrair mais investidores portugueses com as condições que estamos a criar para melhorar o nível de competitividade e estes fóruns são sempre momentos de encontro – e, eventualmente, uma oportunidade de fechar bons negócios”, declarou o governante cabo-verdiano.

Reconhecendo ao Governo do seu país “vontade política para reforço das relações económicas com Portugal”, Ulisses Correia e Silva realçou depois que os novos investimentos não devem ficar dependentes apenas do turismo, que é atualmente o setor mais forte desse território africano.

“Não queremos uma economia de monocultura e tudo o que possa ser desenvolvido ao nível da indústria das tecnologias de comunicação e dos serviços transnacionais para nós é importante”, afirmou.

O primeiro-ministro de Cabo Verde reconhece que o seu mercado interno é relativamente pequeno, mas defende que o país dispõe de relações privilegiadas com destinos externos como os Estados Unidos, com os quais há a possibilidade de realizar transações isentas de impostos aduaneiros.

A indústria têxtil, aliás, “casa muito bem com essa oportunidade de entrada no mercado, mas as tecnologias de comunicação e informação, assim como toda a área do conhecimento, são setores que podem complementar a indústria turística”.

Preocupado pelo facto de alguns empresários estrangeiros considerarem um território com “uma população de 500 mil habitantes e um Produto Interno Bruto ‘per capita’ de 4.000 dólares” algo desmotivador para novos negócios, Ulisses Correia e Silva deu depois alguns exemplos de medidas com que o seu Governo se propõe garantir “a dimensão mínima ótima para o investimento” das empresas.

“Estamos a criar instrumentos para ultrapassar estes constrangimentos através de um fundo de investimento soberano de 100 milhões de euros”, anunciou.

“Para uma economia como a de Cabo Verde, esse é um valor significativo e fará com que as empresas possam aceder ao mercado externo, ultrapassando o constrangimento que existe nos bancos do país ao nível das limitações de capital, dada a reduzida dimensão do mercado”, acrescentou.

Outra medida com o mesmo objetivo da agilização do investimento é a “isenção de vistos para cidadãos da União Europeia e do Reino Unido, removendo-se assim uma barreira de mobilidade, com vantagem para as entidades turísticas e também para a circulação de ciência e tecnologia”.

Para o governante cabo-verdiano, isso é “instrumental numa política de aproximação forte à União Europeia”.

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