O projecto “Ecoturismo na piscina natural de Salinas”, apresentado em Junho do ano passado e que se encontrava em “standby”, foi retomado após a demolição de uma edificação antiga situada naquela baía, uma das exigências do financiador.
Durante a quinta mesa de diálogo do projecto de desenvolvimento do ecoturismo sustentável e solidário e valorização do património cultural/social/ambiental, “Fogo, Água, Terra, Ar” (FATA), o responsável do projecto de Ecoturismo na piscina natural de Salinas disse que com a demolição da edificação a 11 de Abril, na sequência da decisão da Agência Marítima Portuária (AMP), está a trabalhar na elaboração dos projectos para posterior lançamento de concurso para selecção de empresas para execução de obras.
Benício de Pina, responsável local da Esdime, ONG portuguesa responsável pela execução do projecto, informou aos operadores e parceiros do projecto FATA de que nos próximos dias o projecto será socializado com a população da zona norte, entre Galinheiro e Campanas de Baixo e também com parceiros na cidade de São Filipe, sem contudo indicar uma data provável para arranque efectivo das obras.
Durante o período em que o projecto esteve em “standby”, outras acções foram realizadas, nomeadamente a preparação de um guia de biodiversidade (fauna e flora) do Parque Natural do Fogo, tendo os trabalhos de campo sido efectuados em Janeiro deste ano, com presença de especialista e académicos nesta matéria, prevendo-se que o guia, que está em fase de revisão, seja editado no próximo mês de Junho, em duas línguas, português e inglês.
O projecto beneficia de um financiamento da União Europeia no valor de 357.499 euros e tem como objectivo global a diversificação da oferta turística do Fogo, através de requalificação as infra-estruturas de apoio da piscina natural de Salinas para a dinamização turística e ambiental.
Tem ainda o propósito de capacitar a comunidade para a dinamização económica e para a preservação ambiental deste património natural, de modo a poder reter turistas e por mais tempo na ilha, gerando recursos económicos.
Na quinta mesa redonda, além da apresentação do ponto de situação do projecto de Ecoturismo, a coordenadora do FATA, Samara Dionis, apresentou o que é geoparque já que no quadro das actividades do projecto pretende-se apresentar uma candidatura neste sentido.
Esta responsável disse que existe algum trabalho que pode ser aproveitado na preparação da candidatura, deixando duas propostas, sendo uma para candidatura da ilha do Fogo sozinha, e a outra incluindo a ilha Brava e os ilhéus Rombos, de modo a permitir maior desenvolvimento das duas ilhas, propostas que vão ser apreciadas e decididas posteriormente.
Igualmente o, consultor internacional para preparar a candidatura das ilhas do Fogo e Maio à Reserva da Biosfera, que se encontra na ilha, no quadro dos trabalhos de candidatura, apresentou aos operadores turísticos e instituições parceiras o projecto, o que consiste a Reserva da Biosfera, sua importância e vantagens e a necessidade de envolvência de todos de uma forma geral.
Apesar do prazo ser extremamente apertado, até finais de Setembro próximo, António Abreu acredita que vai ser possível ter o dossiê de candidatura pronta, esperando que no próximo ano, lá por meados de Maio/Junho, a UNESCO possa aprovar as candidaturas e a Reservas da Biosfera do Fogo e do Maio e estes possam juntar-se às 669 reservas existente actualmente em 120 países.